O Standard Chartered PLC anuncia nesta terça-feira que nomeou Maria Ramos (65 anos) para suceder a José Viñals como presidente do grupo, à medida que este se aproxima do fim do seu mandato de nove anos. Sujeito às aprovações regulamentares, Maria Ramos assumirá o seu novo cargo após a assembleia geral anual de 2025, a 8 de maio de 2025.
Maria Ramos juntou-se ao Conselho do Standard Chartered como administradora não executiva independente em janeiro de 2021 e foi nomeada presidente do Comité de Risco do Conselho e administradora independente sénior em 2022.
Em comunicado, o banco descreve a gestora como uma líder experiente, com uma vasta experiência em cargos dentro do setor privado e governamental, incluindo 10 anos como CEO do Absa Group Limited (antigo Barclays Africa Group Limited). O banco destaca também a sua “vasta experiência internacional” como presidente e não executiva, bem como um “profundo conhecimento” de operações em mercados emergentes e em desenvolvimento.
No mesmo comunicado do banco, Maria Ramos afirma que “é uma honra” para si “assumir o cargo de presidente do Standard Chartered num momento importante da sua contínua transformação. Nos meus quatro anos no Conselho, experimentei o grau em que a organização é fiável e valorizada por tantos clientes e partes interessadas em muitos dos mercados mais dinâmicos do mundo”. A nova presidente diz também estar a trabalhar para “desbloquear as enormes oportunidades e o potencial de crescimento” do negócio.
A nomeação de Maria surge após um extenso processo de procura global liderado por Phil Rivett, presidente do painel de seleção. “A Maria é uma presidente experiente que beneficia de uma carreira de sucesso nos setores público e privado. O seu conhecimento do setor bancário, bem como uma profunda compreensão da pegada única do Grupo destacaram-se”, afirma Rivett, que diz que esta escolha aconteceu dentro de uma “gama diversificada de candidatos experientes e altamente qualificados de todo o mundo”.
Sobre esta escolha, o ainda presidente José Viñals afirmou que tem “plena confiança” de que Maria Ramos “continuará a impulsionar o progresso do banco e estou ansioso por trabalhar com a Maria nos próximos meses para garantir uma transferência tranquila”.
Carreira na liderança
A gestora é atualmente administradora não executiva no conselho da Compagnie Financière Richemont SA, da qual se irá aposentar após 13 anos, a 31 de março de 2025. É membro do Grupo dos Trinta, faz parte do Conselho Consultivo Internacional da Escola Blavatnik de Governo da Universidade de Oxford e no Conselho de Governadores da Fundação Wits.
Desempenhou funções de CEO do Absa Group Limited, um grupo diversificado de serviços financeiros que serve 12 mercados africanos, de 2009 a 2019. Antes de se juntar ao Absa, Maria foi CEO do grupo Transnet Ltd, o fornecedor estatal de serviços de transporte de carga e logística.
Antes da sua carreira como diretora executiva, desempenhou funções de diretora-geral do Tesouro Nacional da África do Sul (antigo Departamento de Finanças), onde desempenhou um “papel fundamental” na transformação do Tesouro Nacional na administração pós-apartheid.
Maria Ramos também fez parte de vários conselhos internacionais. Foi administradora não executiva do The Saudi British Bank (2019 a 2020), da Public Investment Corporation Limited (2019 a 2020) e presidente da AngloGold Ashanti Limited (2019 a 2024).
Em setembro de 2024, foi considerada a segunda mulher mais poderosa na categoria Banca e Finanças, segundo a lista das 55 Mulheres Mais Poderosas do Negócios da revista Forbes Portugal.
Maria Ramos nasceu em Lisboa, a 22 de fevereiro de 1959. Ainda em criança, a sua família emigrou para Moçambique e, posteriormente, quando tinha seis anos, mudaram-se para a África do Sul. Foi neste país que Maria Ramos construiu a sua carreira profissional. Maria Ramos naturalizou-se sul-africana, mas mantém a nacionalidade portuguesa.