O Hospital da Luz, a Deloitte e a Google Cloud vão durante os próximos três anos trabalhar numa "colaboração estratégica com o objetivo de desenvolver projetos inovadores envolvendo inteligência artificial (IA), com destaque para a IA generativa, que possam transformar a Saúde num ecossistema mais eficiente para as empresas, eficaz para os profissionais clínicos e cada vez mais centrado no doente e nas suas necessidades individuais", afirma em comunicado o Hospital da Luz.

O objetivo da estratégia anunciada até 2028 passa por "definir desde já áreas prioritárias de colaboração, com o objetivo de identificar casos de uso de elevado impacto. Esta colaboração irá explorar oportunidades para aplicar IA generativa em diferentes domínios da saúde", afirma o hospital privado liderado por Isabel Vaz.

Melhorar "a experiência do doente e dos profissionais, através de soluções inovadoras centradas na personalização dos cuidados e na optimização da jornada de saúde"; promover a "eficiência nos processos clínicos e organizacionais, com foco na redução da complexidade, no aumento da capacidade de resposta e na libertação de tempo para tarefas de maior valor", assim como valorizar a "informação clínica, através de novas abordagens para interpretar e utilizar dados de forma mais eficaz e segura", e fomentar a "inovação em cuidados de saúde, com iniciativas que combinam conhecimento clínico, dados e tecnologia para testar novos modelos de prestação de cuidados", é o objetivo que une as equipas destas três entidades.

No comunicado, o Hospital da Luz sublinha que "a digitalização da saúde é, já hoje, uma realidade experimentada dia-a-dia por empresas do setor, profissionais clínicos e pelos doentes, que recorrem cada vez mais a plataformas e ferramentas de machine learning e análise preditiva de dados, de medicina de precisão e de automatização de atendimentos e cuidados. Neste ‘novo mundo’ mais digital, mas também mais centrado no doente, a intervenção do prestador de saúde evolui na mesma medida em que se desenvolve e melhora a experiência do seu cliente e doente, perspetivando uma transformação do setor rápida e radical – ‘uma mudança de paradigma que exige alinhamento estratégico, processos de implementação robustos e inovação contínua’".

É neste contexto que o Hospital da Luz, Deloitte e Google Cloud querem "manter-se na vanguarda deste processo, aliando esforços e trabalhando em conjunto para serem intervenientes ativos nesta transformação, que já está a redefinir a forma como são prestados, geridos e experimentados os cuidados de saúde".

Para Isabel Vaz, CEO da Luz Saúde, "esta colaboração traduz a visão do Hospital da Luz para a saúde do futuro – uma saúde mais inteligente, humana e personalizada, onde a tecnologia é um aliado estratégico dos nossos profissionais e dos nossos doentes".

Já para a Deloitte trata-se de manter a contribuição "para acelerar a transformação digital na indústria da saúde, apoiando organizações a nível global com a implementação de tecnologias avançadas como Inteligência Artificial e contribuindo para um sistema de saúde mais inteligente e eficiente", afirma Carlos Cruz, partner e líder do setor Life Sciences & Health Care da Deloitte.

Sofia Marta, diretora-geral para Portugal da Google Cloud, afirma que "Portugal tem uma oportunidade única de se posicionar na vanguarda da inovação em saúde através da Inteligência Artificial. Ao lado do Hospital da Luz e da Deloitte, estamos empenhados em desenvolver e implementar soluções de IA que não só respondam aos desafios atuais do setor em Portugal, mas que também cocriem o futuro dos cuidados de saúde – mais preditivos, personalizados e acessíveis a todos".

No comunicado enviado aos órgãos de comunicação, o Hospital da Luz, segundo um estudo realizado pelo Implement Consulting Group em parceria com a Google (Google Portugal Blog)" a adoção de Inteligência Artificial (IA) pelas empresas em Portugal tem ainda muito para crescer. No estudo, "A oportunidade da IA: o caminho de Portugal para o crescimento económico", apenas 8% das empresas em Portugal tinham recorrido a soluções de IA em 2023". E quando se fala nas Pequenas e Médias Empresas (PMEs) conclui-se que estas "são especialmente lentas na adoção dessa tecnologia transformadora". Ou seja, "em comparação com as grandes empresas: enquanto 35% das grandes empresas em Portugal implementaram IA no último ano, apenas 7% das PMEs o fizeram".

O mesmo estudo revela que "a IA generativa, por si só, pode aumentar o PIB de Portugal em €18-22 bilhões na próxima década, contribuindo para um crescimento anual de 8% na produção económica do país. Estas previsões estão alinhadas com as estimativas da União Europeia, que preveem que a IA generativa adicionará €1,2 a 1,4 triliões ao PIB da UE em 10 anos, refletindo uma taxa de crescimento anual semelhante".

Mais, "há indicações de que Portugal possa estar já cerca de cinco anos atrasado na adoção da IA generativa, o que pode reduzir significativamente o seu potencial benefício - de 8% para apenas 2% de crescimento do PIB anual".