Os lucros da Repsol caíram 62,9% até junho para 603 milhões de euros, num contexto marcado pela queda dos preços do crude, desvalorização do dólar e pelos efeitos do apagão de 28 de abril. De acordo com um relatório apresentado à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV), em Espanha, o lucro líquido ajustado, que mede especificamente o desempenho do negócio, atingiu 1.353 mil milhões de euros, uma queda de 36,4% em relação ao mesmo período de 2024.

A Repsol anunciou ainda que o Conselho de Administração aprovou uma nova redução de capital através de uma recompra de ações no valor de 350 milhões de euros para amortização, prevista para ocorrer em 2025. Esta transação junta-se à redução de capital concluída na quarta-feira.

A Repsol diz estar a avaliar possíveis ações judiciais para quando as responsabilidades relacionadas com o apagão forem oficialmente apuradas.

Por área de negócio, o resultado ajustado da Exploração e Produção (‘Upstream’) atingiu os 897 milhões de euros no primeiro semestre do ano, uma subida de 3,2% em relação ao período homólogo. Também o lucro ajustado na área de clientes cresceu 14%, para 358 milhões de euros, e o lucro ajustado na geração de baixo carbono foi de 12 milhões de euros. O resultado líquido ajustado no negócio industrial caiu 77,4% face ao período homólogo, para 230 milhões de euros.

Resultados foram impactados pelo apagão

A empresa explica, em comunicado, que este resultado foi afetado sobretudo pelo apagão de 28 de abril, bem como por outras interrupções de energia por causas alheias à Repsol nos centros industriais de Cartagena (22 de abril) e Puertollano (16 de junho), que tiveram um impacto a rondar os 175 milhões de euros. A Repsol diz estar a avaliar possíveis ações judiciais para quando as responsabilidades relacionadas com o apagão forem oficialmente apuradas.

Após a normalização das operações, a empresa espera captar nos próximos trimestres o bom momento vivido pelo negócio da refinação. Entretanto, a dívida líquida era de 5.728 mil milhões de euros no final de junho, 102 milhões de euros a menos do que em março.

Os investimentos brutos entre janeiro e junho de 2025 foram de 2,7 mil milhões de euros, principalmente nos Estados Unidos, Espanha e Brasil. Na área de clientes, durante o primeiro semestre do ano, a empresa alcançou 2,8 milhões de clientes de eletricidade e gás em Espanha e Portugal (quase 142.000 novos clientes no segundo trimestre) e mais de 10 milhões de utilizadores digitais, representando um aumento de 17%.

(Lusa)