
A presidente da Euronext Lisboa disse nesta quinta-feira que a eventual entrada do Novo Banco na bolsa de Lisboa valorizaria o mercado português, até pela sua dimensão e provável liquidez, mas sem adiantar se tem tido contactos com responsáveis do banco.
“As entradas em mercado são bem-vindas, alargam a dimensão do mercado, as opções dos investidores, aumentam a liquidez (…). No caso do Novo Banco, a concretizar-se, sendo um banco com dimensão e que terá certamente um nível de liquidez interessante, é um elemento que é valorizado, pode ser interessante”, afirmou Isabel Ucha, numa conversa em Lisboa com jornalistas para apresentação do balanço e estratégia do grupo Euronext.
Segundo informações públicas, a Lone Star (que detém 75% do Novo Banco) quer vender o banco e tem em curso os preparativos para cotar em bolsa este ano 25% a 30% do capital, através de uma OPV – Oferta Pública de Venda ou IPO – Initial Public Offering na expressão em inglês habitualmente usada no meio financeiro.
Recorde-se que fonte próxima do processo assegurou, em primeira mão, ao Jornal PT50, que o Novo Banco vai ser cotado na Bolsa de Valores de Lisboa.
Nesta quinta-feira, Isabel Ucha disse que qualquer declaração que preste sobre o tema é genérica e não revelou se já houve contactos com as equipas do Novo Banco sobre o assunto.
Sobre as vantagens do Novo Banco de se cotar em Lisboa, a presidente da Euronext Lisboa afirmou que “há uma tendência natural” nas empresas de escolherem o local de cotação onde têm a sua operação mais reconhecida e destacou ainda que, ao cotar-se em Lisboa, o Novo Banco passaria a ter acesso a todos os mercados Euronext em que são negociados diariamente 11 mil a 12 mil milhões de euros em ações.
Ucha disse ainda que, atualmente, se nota uma “apetência acrescida pelo mercado europeu”, visível na valorização das ações desde início do ano, e que também o contexto de taxas de juro mais baixas favorece a entrada de empresas em bolsa.
Contudo, acrescentou, “que cada caso é um caso e cada empresa tem de encontrar as suas oportunidades”.
Caso o Novo Banco seja mesmo cotado na bolsa de Lisboa, esta será a maior entrada desde 2021, quando entrou em bolsa a Greenvolt (entretanto saiu de bolsa em final de 2024). Caso tal aconteça, a passagem posterior ao índice principal, o PSI, dependerá da liquidez das ações do banco.
O Novo Banco nasceu em 2014 na resolução do BES e é detido, desde 2017, em 75% pelo fundo de investimento Lone Star. Os restantes 25% são do Estado português.
O grupo Euronext gere mercados de valores em Amesterdão, Bruxelas, Dublin, Lisboa, Oslo e Paris.
SSD com Lusa