
O Governo autorizou na quinta-feira, 4 de setembro, em sede de Conselho de Ministros, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) a vender a totalidade da sua filial no Brasil, incluindo, se necessário, as empresas associadas e os respetivos ativos, segundo um comunicado enviado esta sexta-feira às redações.
A venda do Banco Caixa Geral Brasil é um dossiê antigo: estava prevista no plano de reestruturação acordado em 2017 com a Comissão Europeia, no âmbito da recapitalização de 3,9 mil milhões de euros da CGD. Esse plano exigia a concentração do banco público nos mercados considerados estratégicos.
O desinvestimento deu-se em Espanha e na África do Sul, com as filiais nesses países a serem vendidas em 2020. A operação no Brasil, contudo, ficou por concluir, sendo sucessivamente adiada por falta de propostas consideradas adequadas e também devido à instabilidade económica local.
A filial brasileira da CGD é de pequena dimensão e dedica-se sobretudo à banca de empresas e de investimento, apoiando clientes em operações de financiamento, fusões e aquisições. No final de 2024, apresentou um lucro de 10,3 milhões de reais (o que equivale a cerca de 1,6 milhões de euros, ao câmbio atual).
Embora seja um resultado positivo, o peso é reduzido para o grupo, que, no primeiro semestre deste ano, anunciou que “as filiais detidas para venda contribuíram com cerca de 10 milhões de euros” para o resultado líquido de 893 milhões de euros até junho.