"Constitui motivos para este ajustamento a queda do custo de aquisição dos produtos petrolíferos a nível internacional, também a necessidade de reduzir o custo de vida, atenuar os impactos que eles possam estar a causar na economia e aliviar o custo de produtos e serviços que dependem diretamente dos combustíveis. Espera-se com esta redução recuperar o poder de compra das famílias ", disse o presidente da Autoridade Reguladora de Energia (Arene), Paulo da Graça, em conferência de imprensa em Maputo.

A partir do dia 20 de fevereiro, um litro de gasolina baixa de 86,25 meticais (1,29 euros) para 85,82 meticais (1,28 euros).

O preço do petróleo baixa de 87,05 meticais (1,30 euros) por litro para 69,35 (1 euro), o gasóleo, antes a 91,23 meticais (1,36 euros), passa para 86,79 meticais (1,30 euros), o gás de cozinha mantém o preço de 86,05 meticais (1,29 euros) por quilograma e o gás natural veicular sofre uma redução de 44,52 meticais (0,66 cêntimos) por litro para 43,40 meticais (0,65 cêntimos).

O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, admitiu, no domingo, intervir com medidas governamentais para reduzir os custos dos combustíveis, que, disse, encarecem produtos junto do consumidor final.

O Governo moçambicano aprovou este mês um plano com 77 medidas a realizar nos primeiros 100 dias de governação do quinquénio 2025-2029 e "com impacto direto no bem-estar da população".

"O objetivo deste plano é de estabelecer bases sólidas para a implementação de uma agenda nacional que promova a estabilidade e desenvolvimento económico, social e político", lê-se no documento, consultado pela Lusa, e que apresenta ações de curto prazo e "com resultados impactantes" em áreas como estabilidade social e política, educação, saúde, combate à corrupção, emprego e juventude, infraestruturas e serviços públicos, justiça, agricultura e segurança alimentar, crescimento económico e mobilização de recursos, e gestão de recursos naturais.

Esta agenda surge num momento de sucessivas manifestações e paralisações no país, em que para além de contestação dos resultados das eleições gerais de 09 de outubro passado, os moçambicanos reclamam, entre outros, contra o elevado custo de vida e a falta de emprego.

Nos protestos, pelo menos 327 pessoas morreram, incluindo cerca de duas dezenas de menores, e cerca de 750 foram baleadas, de acordo com a plataforma eleitoral Decide, organização não-governamental que acompanha os processos eleitorais.

As manifestações e paralisações foram convocadas, inicialmente, pelo antigo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados. Os protestos são agora maioritariamente assumidos por jovens, que questionam os 50 anos da governação da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) e, além do argumento da verdade eleitoral, incluem, como motivações, o desemprego e a baixa escolaridade, que, dos 32 milhões de moçambicanos, afeta um terço dos cerca de 9,4 milhões de jovens.

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