O resultado dos três primeiros meses de 2025 foi afetado negativamente pela decisão do regulador brasileiro, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), de rever em baixo a base regulatória dos ativos da Chesf, uma das principais subsidiárias da Eletrobras, segundo um comunicado da empresa, divulgado esta quarta-feira.

A revisão teve um impacto contabilístico negativo de 952 milhões de reais (150,8 milhões de euros) nas contas da Eletrobras, a principal empresa de geração e transmissão de energia do Brasil.

Os prejuízos do primeiro trimestre contrastam com os lucros registados no mesmo período do ano passado (331 milhões de reais ou 52,43 milhões de euros) e, sobretudo, com o elevado lucro do último trimestre de 2024 (1,11 mil milhões de reais ou 176,14 milhões de euros).

A receita bruta da gigante elétrica totalizou 12,22 mil milhões de reais (1,94 mil milhões de euros), o que representou um ganho de 15,6% em relação ao mesmo período do ano passado, mas uma queda de 12,2% em relação aos últimos três meses de 2024.

O Ebitda (lucro operacional bruto) caiu 6,5% em relação a janeiro-março do ano anterior, para 4,32 mil milhões de reais (cerca de 680 milhões de euros).

A empresa informou ainda que, após a conclusão da construção do parque eólico Coxilha Negra, reduziu os investimentos no primeiro trimestre para 912 milhões de reais (144,46 milhões de euros), numa queda homóloga de 25,3% e de 67,1% em cadeia.

A dívida bruta da empresa no final de março era de 71,19 mil milhões de reais (11,28 mil milhões de euros), o que representa um aumento de 19,2% em relação ao mesmo mês do ano passado, mas uma redução de 4,6% em relação a dezembro.

A capacidade instalada de geração da empresa é de 44.191 megawatts, 22% da capacidade total de geração do Brasil, dos quais 97% são provenientes de fontes renováveis.

Eletrobras possui ou opera 47 centrais hidroelétricas, 31 parques eólicos, um parque solar e sete centrais térmicas.

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