Nas suas fábricas em Vila Nova de Gaia e Ovar, a CaetanoBus já produziu mais de 200 autocarros movidos a hidrogénio, a maior parte dos quais foram rumo à Alemanha. Mas em Portugal já é possível vê-los nas estradas desde 2021: há quatro em Cascais e brevemente chegarão ao Porto, à nova linha do MetroBus.
A aventura começou em 2018 com um desafio feito pelo grupo japonês Toyota, que é um parceiro histórico da Salvador Caetano. Objetivo: pegar numa pilha de combustível de um veículo ligeiro de passageiros, que pesa duas toneladas, e pô-lo a movimentar um autocarro de 20 toneladas.
O desafio não era só complexo em termos técnicos, mas também devido ao pouco tempo que foi definido para ter o projeto a ‘circular’. “Foi como pôr uma pequena equipa de seis pessoas num bote de borracha rio abaixo, a fazer rafting”, conta Paulo Marques, diretor técnico da CaetanoBus.
Neste processo foi necessário mandar dois representantes ao Japão discutir a ideia com os engenheiros da Toyota: “dois engenheiros tenrinhos de 30 e 32 anos à frente dos gurus da Toyota”, conta Paulo Marques. E em 2020 começou a produção.
No verão do ano passado a CaetanoBus teve uma montra importante. Houve 12 viaturas suas a hidrogénio a fazer o serviço de transporte de atletas e das comitivas nos Jogos Olímpicos de Paris e mais duas viaturas transformadas para os jogos paralímpicos, transportando atletas em cadeiras de rodas.
O podcast que nos conta o que de inovador e diferenciador está a ser feito pelas empresas em Portugal. Na “Liga dos Inovadores”, Elisabete Miranda e Pedro Lima conversam com gestores, diretores e profissionais que nos contam histórias que conquistaram o mercado e vão contribuindo para a transformação económica do país e da sua imagem. Falam-nos das vitórias que os trouxeram até aqui, mas também das ansiedades, dos concorrentes que invejam, dos gestores que admiram, dos profissionais que têm e dos perfis que precisam de contratar. Todas as semanas, às quartas-feiras.