
A área de consultoria em fusões e aquisições do Deutsche Bank está a registar um desempenho inferior ao inicialmente previsto, afirmou esta quinta-feira o presidente executivo do banco, Christian Sewing, durante uma conferência financeira, avança a agência Reuters.
O CEO do maior banco alemão admitiu que a atividade de assessoria a operações de M&A será mais fraca no segundo trimestre de 2025 do que os responsáveis antecipavam no início do ano. Ainda assim, Sewing salientou que os negócios estão a ser adiados e não cancelados, sugerindo que o enfraquecimento poderá ser temporário.
“Estamos a ver adiamentos, não desistências”, afirmou, reforçando que existe interesse no mercado, mas que as condições atuais estão a levar as empresas a adiar decisões estratégicas.
O Deutsche Bank tem vindo a apostar no reforço da sua divisão de banca de investimento, na qual a consultoria a fusões e aquisições representa um pilar importante. A desaceleração neste segmento poderá ter impacto nos resultados trimestrais, embora o banco mantenha a expetativa de recuperação na segunda metade do ano.
As declarações surgem num momento de abrandamento da atividade de M&A a nível global, reflexo de taxas de juro elevadas, instabilidade geopolítica e maior cautela por parte dos investidores.
Recorde-se que nesta quarta-feira o CEO do italiano UniCredit, Andrea Orcel,admitiu que as possibilidades de oUniCredit avançar com a aquisição do Banco BPM não ultrapassam os 20%. E mais tarde veio também descartar a aquisição do banco alemão Commerzbank, em que detém 28% do capital, considerando que o preço das ações está acima do pretendido e não traz valor aos acionistas.
Além disso, os negócios transfronteiriços, apesar de incentivados pela organizações europeias, têm encontrado resistência dos governos nacionais. Recorde-se que Espanha se opôs à aquisição do Banco Sabadell pelo BBVA, enquanto Itália impôs várias condições à compra do Banco BPM pelo UniCredit.Por sua vez, a Alemanha recusa uma possível aquisição do Commerzbank pelo UniCredit.
O ministro das Finanças de Portugal, Joaquim Miranda Sarmento, já veio a público tambémdefenderque não se deve aumentar a representação espanhola no mercado bancário português, perante o possível interesse do grupo espanhol CaixaBank na compra do Novo Banco.