![Correios de Hong Kong mantêm suspensão do envio de mercadorias para os EUA](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
A empresa "tem comunicado com o Serviço Postal dos Estados Unidos [USPS, na sigla em inglês], mas ainda há questões que necessitam de mais esclarecimentos, incluindo o pedido dos Estados Unidos para a imposição de taxas adicionais", disse um porta-voz do Governo de Hong Kong, num comunicado.
Na quarta-feira, o USPS anunciou que iria deixar temporariamente de aceitar encomendas provenientes da China e de Hong Kong (sem qualquer referência a Macau) "até nova ordem".
Os Correios de Hong Kong explicaram que foram notificados, "de forma súbita", pelo USPS, de que só poderiam enviar pacotes ou encomendas que os clientes tenham registado junto da Alfândega e a Proteção das Fronteiras dos Estados Unidos (CBP, na sigla em inglês).
Num comunicado divulgado na quarta--feira à noite, a empresa já tinha dito que o registo "exige os documentos de importação necessários e o pagamento de taxas feito através de um despachante aduaneiro".
Mas horas depois, o USPS reverteu a decisão, sem dar qualquer justificação, afirmando apenas que ia trabalhar com a CBP para implementar um processo de cobrança para as novas taxas impostas sobre bens chineses, a fim de evitar interrupções na entrega.
"O Governo da RAEHK reitera a sua forte condenação da imposição pelos Estados Unidos de um imposto adicional sobre os produtos de Hong Kong. Instamos os Estados Unidos a tomarem medidas urgentes para retificar as suas transgressões, de modo a evitar causar confusão e incómodo ao público devido às suas políticas em constante mudança", referiu o comunicado.
Pouco depois de tomar posse, o novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, eliminou especificamente uma isenção tarifária para produtos de baixo valor, adquiridos diretamente por consumidores e enviados através do serviço postal.
Essa isenção abrangia artigos de valor inferior a 800 dólares (770 euros).
Os Correios da região vizinha de Macau (CTT) também suspenderam o envio de pequenos pacotes e encomendas para os Estados Unidos na quarta-feira.
Também num comunicado divulgado na quarta-feira à noite, o Governo de Hong Kong expressou "uma forte condenação" da decisão dos Estados Unidos, que "ignora o facto básico de que Hong Kong é um território aduaneiro separado" da China continental.
Um porta-voz das autoridades disse que a região semiautónoma chinesa poderia levar o assunto à Organização Mundial do Comércio.
A proibição pode afetar plataformas de comércio eletrónico como a Shein e a Temu, populares entre os consumidores mais jovens nos Estados Unidos pelo vestuário barato e outros produtos, normalmente enviados diretamente da China.
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