
O Bankinter aproveitou a oportunidade para ir ao mercado através de uma emissão de 500 milhões de euros em obrigações de capital contingente (conhecidas no mundo financeiro por CoCos). A elevada procura registada, mais de 4.900 milhões, garantiu uma descida da taxa de juro que, inicialmente era de 6,5% para os 6%.
As obrigações de capital contingente são instrumentos financeiros híbridos, que pagam juros como as obrigações, mas são concebidos para absorver as perdas de uma instituiçãofinanceira quando os seus rácios de capital descem abaixo de um determinado nível. Nessa altura as obrigações convertem-se em ações e fazem parte do capital.
Devido à sua capacidade de absorver perdas, os Cocostêm que cumprir todos os requisitos de capital regulamentar.
Vários bancos portugueses recorreram, num passado recente, a este meio de financiamento após a crise das dívidas soberanas que levou à intervenção da Troika no nosso País. Foi o caso da Caixa Geral de Depósitos (CGD) que em 2012 recebeu 900 milhões de euros naquele instrumento financeiro, que foram convertidos em capital em 2017.
O BPI recorreu ao financiamento de 1.500 milhões de euros em CoCos (que reembolsou em 2024) e o BCP financiou-se em 3000 milhões, tendo acabado de reembolsar todo o empréstimo em 2017.