O Banco de Portugal (BdP) quase que duplicou em 2024 o montante investido em obrigações verdes para 1,51 mil milhões de euros, contra 780 milhões de euros em 2023, adiantou a instituição num relatório divulgado nesta segunda-feira. Segundo o BdP, que publicou o terceiro relatório anual de indicadores-chave de impacto ambiental dos ativos financeiros próprios, no último ano, o banco central “reforçou o montante investido em obrigações verdes, sustentáveis e sociais, consolidando o contributo para o financiamento sustentável”.

Em termos absolutos, o BdP voltou a aumentar o valor em obrigações verdes, depois das subidas de 125 milhões de euros em 2022 face a 2021, de 297 milhões de euros em 2023 e, agora, de 735 milhões de euros em 2024 em relação ao ano anterior. Com estes valores, o peso no total de ativos financeiros próprios passou de 4,2% em 2021 para 12,8% no final de 2024.

O BdP assinalou que este relatório segue “as recomendações da Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD), em termos de estrutura, englobando quatro categorias: ‘Governo’, ‘Estratégia’, ‘Gestão de Risco’ e ‘Métricas e Objetivos’”, e incide sobre um conjunto de indicadores de impacto ambiental dos ativos financeiros próprios do Banco, denominados em euros e moeda estrangeira”.

De acordo com a entidade, estas métricas “são calculadas para os ativos financeiros próprios detidos a 31 de dezembro de cada ano, com base nos dados de emissões de carbono, dados financeiros e outros providenciados por fornecedores de dados especializados”.

O BdP revelou que, no final de 2024, o total de ativos financeiros próprios do Banco abrangidos no cálculo dos indicadores-chave de impacto ambiental, excluindo saldos à vista, depósitos e instrumentos derivados, ascendia a 11,78 mil milhões de euros, “o que representa um aumento de 52% relativamente ao ano anterior (7,73 mil milhões de euros)”. Este valor está alocado 88% em títulos soberanos e 12% em supranacionais e agências, acrescentou.

Agência Lusa

Editado por Jornal PT50