
O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) aprovou uma garantia de crédito parcial não soberana de até 120 milhões de euros para permitir que a Mota-Engil África, uma empresa líder africana de construção e infra-estruturas, obtenha um empréstimo vinculado à sustentabilidade de, no mínimo, 170 milhões de euros junto de entidades credoras comerciais.
Esta transação marca o primeiro apoio directo do Banco a uma empresa de EPC (Engenharia, Contratação e Construção), reconhecendo a contribuição vital do setor para o crescimento económico inclusivo, a criação de emprego e infra-estruturas resilientes às alterações climáticas.
A garantia de crédito parcial do banco permitirá à empresa mobilizar financiamento comercial a longo prazo e assim prolongar o prazo médio do seu perfil de dívida, reforçando assim o seu perfil financeiro e aumentando a sua capacidade de implementar projetos de infraestruturas sustentáveis em todo o continente.
A transação, diz o BAD, reflecte o compromisso do Banco em diversificar o seu envolvimento com o setor privado e apoiar a implementação de infraestruturas sustentáveis em grande escala, em alinhamento com a sua Estratégia Decenal 2024-2033.
O vice-presidente para o sector privado, infra-estruturas e Industrialização do Banco Africano de Desenvolvimento, Solomon Quaynor, disse que esta operação histórica de garantia demonstra o compromisso do Banco em mobilizar capital privado para um crescimento verde e inclusivo.
“A garantia permitirá à Mota-Engil Africa prosseguir projetos alinhados com os seus objetivos de sustentabilidade e as prioridades de desenvolvimento de África”, disse o responsável, citado numa nota publicada no website do BAD.
O Banco Africano de Desenvolvimento reconhece a importância de reforçar os intervenientes regionais em EPC, como a Mota-Engil Africa, que conta com quase 80 anos de atividade contínua no continente, uma carteira de contratos de 10 mil milhões de euros e presença em 14 países africanos.
A empresa emprega mais de 24.500 pessoas em África, mais de 95% das quais são trabalhadores locais. Também fornece infra-estruturas ‘chave na mão’, engenharia industrial, serviços ambientais e concessões de transportes, e tem um forte historial na execução de projetos e gestão de riscos.
A carteira da empresa inclui projetos nos setores dos transportes, minas, água e infraestruturas urbanas, incluindo a concessão do emblemático Corredor do Lobito, que se estende por Angola e a República Democrática do Congo. A intervenção do Banco visa reforçar o papel da Mota-Engil África como um parceiro resiliente e verde em infraestruturas para o futuro de África.
O empréstimo financiará uma carteira de projectos elegíveis com impacto em infraestruturas verdes e sociais, alinhados com o Quadro de Financiamento Ligado à Sustentabilidade da empresa, que inclui infra-estruturas de transportes, serviços ambientais, sistemas de água e saneamento e obras civis energeticamente eficientes em mais de uma dúzia de países africanos.
A estratégia de sustentabilidade da Mota-Engil África é sustentada por indicadores-chave de desempenho (KPI) mensuráveis, incluindo metas para melhorar o desempenho em saúde e segurança, aumentar a representação das mulheres na gestão e melhorar a criação de emprego local e o desenvolvimento de competências.
Por sua vez, o presidente da Mota-Engil África Manuel Mota, presidente da Mota-Engil África, disse que a garantia do Banco apoiará os nossos esforços para realizar projectos de infra-estruturas com impacto, melhorando simultaneamente o perfil de maturidade da dívida e acelerando o progresso dos compromissos ESG.
Esta operação está alinhada com as cinco prioridades estratégicas do Banco, conhecidas como High5, em particular ‘Industrializar África’ e ‘Melhorar a qualidade de vida das pessoas em África’, e contribui para os dois objectivos da Estratégia Decenal de acelerar o crescimento verde inclusivo e promover economias prósperas e resilientes.