O banco liderado por Pedro Leitão atingiu, no primeiro trimestre deste ano, um lucro consolidado de 32,1 milhões de euros. O resultado acaba de ser comunicado e traduz uma ligeira descida relativamente a março de 2023 (quando chegou a 35,3 milhões), que o Montepio justifica com a "recuperação extraordinária de imparidades na sequência da liquidação não recorrente de exposições relevantes" no ano passado.
De janeiro a março, o Banco Montepio conseguiu um produto bancário de 121,4 milhões (+8,0 M€ do que há um ano) e fez recuar os custos operacionais para 64,3 milhões (-1,6 M€), com a instituição a destacar a evolução do negócio no primeiro trimestre de 2024, "com particular destaque para o crescimento do crédito líquido e dos depósitos em 1,3% e 2,2%, respetivamente", entre janeiro e março, uma evolução "determinante para a manutenção dos rácios de capital em níveis confortavelmente acima dos requisitos regulamentares, bem como para o reduzido rácio de NPE e para a sólida posição de liquidez atual".
A margem financeira dos primeiros três meses de 2024 ascendeu a 99,2 milhões (+9,9% do que há um ano), justificada com a margem financeira comercial "que registou uma subida de 8,5 milhões, como resultado do incremento dos juros do crédito a clientes em 50,5 milhões, parcialmente compensado pelo crescimento dos juros de recursos de clientes em 42 milhões". O banco cobrou menos comissões (30,3 milhões de euros, que comparam com 32,7 milhões em 2023), resultado da redução aplicada nos fees de gestão, administração e custódia de ativos e operações sobre títulos e da isenção da comissão de processamento de crédito para particulares.
De acordo com os resultados comunicados, os depósitos de clientes "totalizaram 13,7 mil milhões de euros, evidenciando um acréscimo homólogo de 977 milhões (+7,7%)", sendo quase três quartos depósitos de particulares (72%). Por outro lado, o crédito a clientes manteve-se praticamente inalterado relativamente ao final do ano passado, nos 11,9 mil milhões (eram 11,7), com o banco a realçar ainda a redução da exposição ao risco imobiliário em 112 milhões (-31%), para um total de 250 milhões de euros, "representando 1,4% do ativo líquido (1,99% no final de março de 2023) e 17,0% dos fundos próprios (27,3% em 31 de março de 2023)".
O Montepio vinca ainda que "deixou de ter qualquer financiamento junto do BCE com a amortização total das facilidades de crédito obtidas, na sequência do pagamento de 800 milhões da linha com data de maturidade em 27 de março de 2024 e da amortização antecipada no montante remanescente de 54,8 milhões".