A ANA vai entregar ao Governo uma proposta de alteração das especificações mínimas para a construção do novo aeroporto de Lisboa, no Campo de Tiro de Alcochete, de acordo com o ECO.

A proposta, “adaptada às necessidades atuais e com custo menor”, segundo afirma o presidente-executivo da concessionária, Thierry Ligonnière, integra o Relatório das Consultas, para o qual foram auscultadas 45 entidades.

O CEO da ANA não avançou qual o novo custo da obra, uma vez que o documento será apenas na próxima semana entregue ao Governo, mas afirmou que a redução do custo permitirá cobrar “taxas aeroportuárias menores”, cujo aumento significativo estimado pela empresa em janeiro motivou críticas das companhias aéreas e hesitações do Governo.

Comprimento das duas pistas iniciais é uma das alterações previstas

O comprimento para as duas pistas iniciais previsto no contrato de concessão é um dos exemplos de alterações previstas na proposta. “Não é preciso ter duas pistas de 4.000 metros. Não é preciso dimensionar todo o aeroporto para receber Airbus A380”, afirmou o CEO da concessionária.

No relatório inicial entregue pela concessionária em janeiro referia-se que “uma distância de aterragem disponível de 3.000 metros ou menos deve ser suficiente para todas as aterragens”.

Thierry Ligonnière apontou também a necessidade de o novo aeroporto responder às “diferentes visões do produto aeronáutico” entre as companhias low cost e as mais premium.

No relatório inicial também “as áreas e a dimensão global” do terminal também eram apontadas como aspetos a rever.

Relatório deve ser entregue até 17 de julho

Das 104 entidades questionadas, numa lista consensualizada com o Governo, 45 responderam, incluindo as principais companhias aéreas a operar no aeroporto de Lisboa, as empresas de assistência em escala, várias câmaras municipais, a Autoridade Nacional de Aviação Civil e a NAV.

O Relatório das Consultas, que deverá ser entregue pela ANA ao Governo até dia 17 de julho, inclui ainda propostas de alteração ao anexo 16 do contrato de concessão, em que estão definidas as características mínimas do novo aeroporto de Lisboa. Uma alteração ao aumento das taxas aeroportuárias ou ao prazo de concessão dependerá da "luz verde" do Governo às alterações às especificações mínimas.

O Relatório Inicial da ANA, entregue ao Governo em dezembro, prevê a construção de duas pistas, com possibilidade de expansão para quatro. O custo estimado era de 8,5 mil milhões de euros, financiado por um aumento das taxas aeroportuárias e pela extensão do prazo de concessão por mais 30 anos, até 2092.

Sendo a proposta para as especificações técnicas do aeroporto aceites pelo Governo, a ANA deve avançar para a elaboração do estudo prévio da nova infraestrutura, que servirá de base para a Avaliação de Impacte Ambiental, tendo até janeiro de 2028 para preparar o dossiê de candidatura, um prazo que poderá ser encurtado.