Alexandre Lourenço, Sandra Castanheira e Susana Martins são os responsáveis pelo GrupoConcept, que, há 20 anos, veio revolucionar o mundo da estética e do bem-estar em Portugal. Tudo começou depois de Susana ter voltado do Brasil, onde trabalhou, e ter percebido que havia uma necessidade no mercado português nesta área: “Havia interesse da classe média em fazer tratamentos de estética, mas os custos estavam muito elevados.” Chamou o colega de faculdade Alexandre e Sandra, com quem já tinha trabalhado, para “montar um conceito smart cost, com uma diversidade de serviços que abrangesse a maioria das necessidades ao nível de estética corporal e facial, explica Susana. Assim nasceu o GrupoConcept, que se expandiu nacionalmente e além-fronteiras (com as marcas BodyConcept, DepilConcept e Concept+), num regime de franchising. Hoje, está presente em 8 países, sendo líder de mercado em Portugal, na Polónia e na Eslováquia.

Ao que se deve estar atento quando se trabalha na área da saúde e do bem-estar?

Susana Martins (SM): Todas as técnicas que trabalham nas nossas clínicas têm carteira de esteticista, certificação nível 4 — que é o máximo a nível de estética em Portugal.

“Durante 20 anos, não concordámos sempre em todas as tomadas de decisões. Mas nunca tomámos uma posição por imposição. Expomos os nossos argumentos, verificamos qual o impacto que pode ter a nível do nosso objetivo, e, a partir daí, conseguimos tomar as nossas decisões.” Alexandre Lourenço

Estamos em algumas zonas do país em que é difícil o recrutamento, mas só aceitamos técnicas com carteira profissional, com a aprovação na nossa formação registada pela SIGO e participação nas nossas reciclagens. Tudo isto envolve custos quer para os nossos franchisados, quer para nós, mas a preocupação com a saúde, com o bem-estar, com os resultados da cliente é muito elevada. Acresce que, além de prestarmos serviços focados no alcançar de resultados e no bem-estar dos clientes, também estamos constantemente atentos à inovação e à oferta de novos e melhores serviços.

O que distingue a BodyConcept e a DepilConcept face à concorrência?

Sandra Castanheira (SC): Em primeiro lugar, os 20 anos de experiência. Além disso são vários os fatores que nos distinguem, mas, a escolher os principais, tenho de referir a constante formação das profissionais de estética, a procura e inclusão de equipamentos com as mais recentes tecnologias, que permitam resultados mais rápidos, mais eficientes, sempre a valores acessíveis à maioria. Na BodyConcept, temos um método próprio de atendimento – o Método BodyConcept: começa com uma avaliação total ao cliente, são apresentadas as soluções, e, à medida que é feito o tratamento, são feitas avaliações periódicas para perceber se se está no caminho desejado. Quer a cliente faça um tratamento de rosto ou de corpo, a consulta de nutrição é fundamental, e, além dos serviços de estética, a cosmética adaptada a cada necessidade permite que se aborde a necessidade do cliente numa dinâmica de 360º. Dentro dos vários serviços de estética disponíveis temos o conceito único – Ginásio da Estética: um método exclusivo, que compila tratamentos de rosto e de corpo que podem ser executados simultaneamente ou em separado, com horários adaptáveis e com um valor ainda mais acessível a todos os que pretendem cuidar de si.

No caso da DepilConcept, temos uma característica muito particular, que é o nosso Certificado de Garantia de Qualidade. Somos a única rede de depilação permanente que o tem. O cliente procura-nos, e é delineado um plano. Caso não tenha atingido os objetivos, permitimos que continue a fazer os tratamentos por um valor residual, de forma a atingi-los. Claro que da parte do cliente tem de haver uma assiduidade expectável. Se cumprir, vai chegar ao resultado.

 Começaram com a BodyConcept e, mais tarde, criaram a DepilConcept (depilação) e a Concept+ (cosmética). Porquê?

SC: O nosso objetivo foi criar um espaço de qualidade onde os clientes conseguissem ter acesso a tratamentos de estética por um valor acessível à grande maioria. Assim surge a BodyConcept, com uma variedade de serviços de estética personalizados e com o conceito do Ginásio da Estética. Rapidamente verificámos que a procura por depilação permanente era bastante elevada, revelando-se esse serviço como o de maior procura tanto pelo género feminino como masculino.

Então foi criada a DepilConcept. Hoje em dia existem 85 unidades DepilConcept e 50 BodyConcept [em Portugal]. A cosmética sempre fez parte da oferta, tanto para o franchisado, para uso dentro dos gabinetes, como para ser aplicada pelo cliente no conforto do seu lar. Começámos com uma linha não exclusiva, sendo que, a dada altura, achámos que fazia sentido ter uma linha exclusiva que se adaptasse 100% aos tratamentos que fazemos. Em ambas as marcas não executamos sessões avulso de tratamentos, pois acreditamos que dessa forma não é possível atingir os melhores resultados; o que apresentamos a todos os que nos procuram são planos adequados às necessidades e adaptados a cada cliente. E a cosmética faz parte desse plano. Quando apresentamos um plano de tratamento, indicamos também qual a cosmética a usar. Uma cliente que é atendida no Algarve, se por algum motivo se mudar para o Porto, sabe que pode continuar a fazer os mesmos tratamentos e que vai ser utilizada a mesma cosmética, que é a única nas nossas clínicas. Isto verifica-se tanto na BodyConcept como na DepilConcept.

SM: Temos sempre a visão de transformar o conceito a nível de franchising – que exige uma fórmula que seja simples de passar ao investidor. Como a Depil são clínicas mais pequenas, com um investimento menor para o franchisado, conseguimos apanhar dois tipos de clientes: investidores que querem um negócio completo, e outros que querem um negócio mais pequeno, mais fácil de gerir.

A tecnologia está muito presente nas vossas clínicas. Como veem o seu papel na área do bem-estar do ser humano?

Alexandre Lourenço (AL): Anteriormente, a tecnologia estava resumida às clínicas de estética mais conhecidas, com um valor mais elevado a nível de custo para o cliente. A nossa ideia foi ir buscar essa tecnologia, que não estava acessível a toda a gente, para um mercado da classe média. Porquê o equipamento? Porque nos permite ter mais eficácia e menores custos de produção. Eficácia, porque, quando pomos um serviço num equipamento, garantimos que há uma uniformidade. Imaginemos uma massagem manual: se for às 9h, a pessoa está cheia de energia; se for às 12h, talvez já seja uma massagem um bocadinho mais fraca. Com o equipamento, garantimos essa uniformidade dentro do mesmo espaço, e, por outro lado, como sempre quisemos ter este regime de franchising, garantimos esta uniformidade desde Faro até ao Norte do país.

 Como se gere um grupo de empresas a três?

AL: Temos um objetivo que é o crescimento da empresa. Isso é o que nos une e que leva a que as decisões que tomemos sejam sempre nesse sentido. Durante 20 anos, não concordámos sempre em todos os temas. Mas nunca tomámos uma posição que fosse por imposição. Expomos os nossos argumentos, verificamos qual o impacto que pode ter a nível do nosso objetivo, e, a partir daí, conseguimos tomar as nossas decisões. Fazemos sempre uma reunião semanal, que acaba por ser um momento formal das decisões. Além disso, temos uma reunião mensal com os nossos seis diretores. Ouvimos o que eles dizem e depois decidimos. A tomada de decisão conta com a opinião de todos. Muitas vezes, ouvimos o que eles dizem e depois decidimos os três.

SM: Temos diretores que já estão connosco há vários anos, já têm um peso muito grande. Numa série de decisões, já nos apoiamos muito neles.

Que conselho dariam a um investidor que pretenda ter uma clínica BodyConcept/DepilConcept em forma de franchising?

SM: Que não precisa inventar nada. Os nossos conceitos de negócio são rentáveis, e as fórmulas de como prestar os nossos serviços, como efetuar o atendimento, que marketing e tipo de gestão efetuar, já estão criadas. Basta segui-las. É muito importante acreditar no nosso processo, que está testado. Tem todo o apoio desde a procura da loja, definição de layout, acompanhamento de obras, apoio no recrutamento, na abertura até à gestão quotidiana. Não precisa de ter conhecimentos dentro da área nem de gestão nem de estética. Apenas vontade e garra, e partilhar o nosso sonho de ter um negócio rentável, numa área em crescimento e de realizar sonhos ao prestar um bom serviço ao cliente.

3 DICAS PARA INTERNACIONALIZAR UMA EMPRESA

  1. Estudar o mercado “Não só a nível de rendimentos; mas outros factores, como o PIB, os hábitos culturais, a organização socioeconómica, a parte política, a concorrência existente”;
  2. Saber como entrar no mercado: “Ver quais são as barreiras à entrada”, ter ou não um parceiro local, os custos da exportação, conhecer a concorrência, estudar as necessidades do cliente e o rendimento do mesmo; quais os impostos? Qual o poder de negociação dos fornecedores? Quais são? Como é feita a importação direta? Produtos substitutos? Teremos concorrência de outro tipo de serviços?
  3. Escolher um parceiro local: “Que nos dê garantias, como o conhecimento do mercado. É importante conhecermos bem o parceiro e não irmos sozinhos para estes mercados novos. Esta é a grande vantagem do Franchising: não estar sozinhos e termos parceiros para trocar ideias e crescer.’’

UM GRUPO, VÁRIAS DISTINÇÕES

Em 2025, a BodyConcept foi distinguida, pelo 8ºano consecutivo, com o prémio Escolha do Consumidor, e a DepilConcept, com o Prémio Cinco Estrelas, pelo 6º ano consecutivo. Para o GrupoConcept, estas distinções são “como um medidor”, que avalia a temperatura do funcionamento do grupo, refere Sandra Castanheira, sócia-gerente do grupo. “É sempre complicada a linha entre ‘vamos manter a mesma fórmula, ou vamos ter de abanar aqui um bocadinho as coisas para atingirmos melhores resultados?’ Esses prémios acabam por nos dizer ‘estão no caminho certo’”, adianta.

Este artigo foi produzido em parceria com a GrupoConcept.