Quem esperaria uma vitória e a consolidação da liderança de Jonas Vingegaard no Angliru, sexta-feira, rendeu-se ao talento resiliência de João Almeida, que bateu o dinamarquês no topo da lendária subida da Vuelta.

Incapaz de acelerar perante o ritmo sufocante do português nos quilómetros finais, o bicampeão do Tour (2022-23) permaneceu impotente na roda até à meta, perdendo assim uma vitória prestigiada que tinha assumido que queria acrescentar à sua lista de conquistas. «Gostava de ter ganho, sim», confidenciou Vingegaard em entrevista após a chegada, mal escondendo a desilusão.

À semelhança da edição de 2023 da Vuelta, quando terminou a ascensão do Angliru atrás do seu companheiro de equipa Primoz Roglic, Vingegaard foi segundo e vê o seu principal rival pela vitória em 2025 reduzir para 46 segundos a diferença na geral, devido às bonificações na meta.

«A equipa fez tudo o que podia para me dar uma oportunidade de vencer esta etapa. Mas, honestamente, o João Almeida mereceu a vitória, foi super forte. Fiz o que pude», reconheceu o camisola vermelha.

«O João merece a vitória, mas, claro, estou um pouco desapontado por não ter ganho aqui no Angliru. Já sabia desde a penúltima subida que ele queria ganhar, porque colocou a sua equipa na liderança e tiveram um desempenho muito bom. A minha equipa também foi excelente, aguentou firme o dia todo. Tenho alguma pena pelos meus companheiros, por não ter conseguido terminar o seu trabalho com a vitória», acrescentou Vingegaard.

«Agora tenho de me concentrar mais no João do que nos outros, por isso estou satisfeito. Mas, como disse, gostaria de ter ganho pelos meus companheiros, pela minha família. É o Angliru, é uma subida muito especial, e todos querem ganhar aqui», concluiu.