É já na madrugada desta quinta-feira que começa a preparação para a nova temporada da NBA, com a primeira ronda do draft, processo de escolha dos novos talentos a entrar na liga, a ter início pela 1 da manhã de Portugal Continental.

Trinta atletas saberão, então, qual será o seu futuro no mundo do basquetebol, num draft que teve, no momento da lotaria, a primeira grande surpresa. Washington Wizards, que somaram 18 vitórias em 82 jogos e foram a segunda pior equipa da NBA — os Charlotte Hornets, que só ganharam mais um jogo e os Utah Jazz, que venceram 17 e foram os piores no ano inteiro —, tinham as maiores hipóteses de ficar em primeiro lugar. Nenhuma ficou sequer no top 3. Os terceiros a escolher serão os Philadelphia 76ers, que contam com o MVP de 2023 Joel Embiid, os segundos serão os San Antonio Spurs, de Victor Wembanyama e De'Aaron Fox e, em primeiro lugar, estão os Dallas Mavericks, equipa de Anthony Davis, Kyrie Irving... e não só.

A história dos Mavericks no último ano foi uma autêntica novela. Meses depois de alcançarem as finais da NBA, que perderam para os Celtics, de Neemias Queta, os Mavs decidiram trocar Luka Doncic para os Los Angeles Lakers, com Anthony Davis a fazer o caminho inverso. De repente, os adeptos e a equipa viam o base de 26 anos, cinco vezes All Star e outras tantas na equipa do ano, a rumar à California. No final da época, Davis, de 32 anos, lesionou-se, tal como Irving, e os Mavericks falharam os play-off.

Tudo indicava que a troca havia sido um erro histórico, mas as derrotas deixaram a equipa do Texas em posição de participar na lotaria. E com apenas 1,8% de hipóteses de conquistar o primeiro lugar, os Dallas Mavericks superaram as probabilidades. Serão os primeiros a escolher e, ao contrário daquilo que acontece em muitos drafts, a escolha já parece ser óbvia.

Cooper Flagg traz esperança a Dallas

O draft de 2025 chega recheado de talento. Dylan Harper, da Universidade de Rutgers, somou 19,4 pontos por jogo no primeiro ano na faculdade e as previsões apontam que se junte aos San Antonio Spurs. Já os Philadelphia 76ers, segundo as simulações norte-americanas, poderão debruçar-se sobre VJ Edgecombe, base de Baylor, Kon Knueppel, de Duke, ou Ace Bailey, extremo de Rutgers e colega de equipa de Harper.

Não há, porém, muita discussão sobre quem será o primeiro. Cooper Flagg, extremo de 18 anos, foi a principal estrela de Duke no primeiro ano de faculdade, protagonista na caminhada até às meias-finais do torneio nacional universitário NCAA. Além dos 19,2 pontos, 7,5 ressaltos e 4,2 assistências que fez por jogo, mostrou também capacidades acima da média no plano defensivo, com mobilidade para defender no perímetro e capacidade física para aguentar mais perto do cesto.

A passagem do basquetebol universitário para a NBA é, para muitos, um choque, mas Flagg já teve a oportunidade de se bater contra verdadeiras estrelas: com apenas 17 anos, foi convocado para um jogo de treino com a seleção olímpica dos Estados Unidos e chamou a atenção ao colocar jogadores como LeBron James ou Stephen Curry em sentido. James disse, inclusivamente, que via vantagens em Flagg rumar a Dallas, uma vez que «beneficiará de jogar com atletas que farão parte do Hall of Fame», a máxima distinção que um jogador pode receber após terminar a carreira.

Decide-se, pela 1 da manhã, o futuro de muitos jovens cujo sonho é chegar à NBA. Mas, com jogadores como Cooper Flagg, pode até decidir-se o futuro de uma equipa. E os adeptos dos Dallas Mavericks têm essa expectativa.