Se os adeptos dão música aos jogadores no início de cada partida realizada no D. Afonso Henriques – o «Sou Vitória» cantado à capela por milhares de vimaranenses é absolutamente arrepiante -, outras vezes há em que são os jogadores que dão melodia às bancadas. E desta vez o refrão foi entoado por Umaro. Que Embaló(u) os minhotos para um triunfo tão justo quanto difícil, reacendendo a luta dos minhotos pelo 5.º lugar do campeonato – juntamente com Santa Clara, Casa Pia e Estoril.

O extremo estava no sítio certo para desviar subtilmente uma bola que havia sobrado após defesa de Patrick Sequeira a cabeceamento de Nélson Oliveira, fazendo, por fim, aumentar os decibéis nas bancadas do anfiteatro minhoto.

Era o corolário da supremacia que os comandados de Luís Freire – que viu a partida na bancada, uma vez que se encontrava a cumprir um jogo de suspensão em virtude da expulsão diante do FC Porto, na jornada anterior – já vinham evidenciando desde início.

O primeiro sinal de perigo até foi dos gansos, com Pablo Roberto, logo aos 2 minutos, a testar a atenção de Bruno Varela, mas daí até (quase) ao intervalo assistiu-se a um domínio intenso dos conquistadores. Algo que, no plano estratégico, foi pretendido pelas duas equipas: o Vitória mandou, o Casa Pia explorou as transições.

Vando Félix foi o mais inconformado na tentativa de bater Patrick Sequeira (5’, 17’ e 34’), mas João M. Mendes – que corte magistral de José Fonte (8’)! –, Miguel Maga (14’) e Toni Borevkovic (14’) também ousaram introduzir-se no processo ofensivo.

Porém, a falta de eficácia dos vitorianos podia ter-lhes saído bem cara: no último suspiro do primeiro tempo, Max Svensson serviu Larrazabal, mas o ala espanhol, com tudo para marcar, já no interior da área, atirou ao lado do poste direito da baliza de Bruno Varela.

Gritou-se golo no Minho quando João M. Mendes cabeceou certeiro (49), mas o lance foi invalidado por fora de jogo do esquerdino. Mas estava dado o mote…

Nuno Santos, Samu e João Mendes ameaçaram, Umaro Embaló concretizou. Depois do golo houve, porém, minutos que… não deviam ter existido, com cenas lamentáveis entre jogadores e elementos das equipas técnicas de ambas as equipas. A normalidade regressou, o Casa Pia tentou o empate, mas o Castelo estava… fechado.

E o Vitória de Guimarães chega à série mais produtiva na Liga: dois triunfos e três empates nos últimos cinco desafios. Não é um convento, mas há Freire.

Reação dos treinadores

João Ferreira - adjunto do Vitória de Guimarães

Sabíamos que íamos defrontar uma equipa bastante completa, que sabe pressionar alto, fechar espaços e que tem boas intenções na sua fase de construção. Tivemos mérito pela forma como encontrámos soluções e controlámos muito bem com bola. Foi pena o golo ter surgido apenas na parte final porque tivemos várias oportunidades de finalização.

Alexandre Santana - adjunto do Casa Pia

O Vitória foi mais eficaz. Na primeira parte baixámos a linha propositadamente para tentarmos aproveitar os espaços que tínhamos e penso que foi bem conseguido. Depois, estivemos um pouco à procura do nosso momento, mas eles acabaram por marcar e ganhar. Temos de saber digerir a derrota, aprender com ela e seguir o nosso caminho.

As notas dos jogadores do Vitória de Guimarães:

Bruno Varela (6), Miguel Maga (6), Toni Borevkovic (6), Mikel Villanueva (5), João M. Mendes (7), Tiago Silva (6), Tomás Handel (6), Telmo Arcanjo (5), João Mendes (6), Vando Félix (6), Nélson Oliveira (6), Nuno Santos (6), Umaro Embaló (7), Hevertton Santos (5), Samu (5) e Filipe Relvas (-)

As notas dos jogadores do Casa Pia:

Patrick Sequeira (6), João Goulart (5), José Fonte (5), Duplexe Tchamba (5), Larrazabal (5), Pablo Roberto (5), Andrian Kraev (6), Leonardo Lelo (5), Jérémy Livolant (5), Max Svensson (5), Henrique Pereira (5), Miguel Sousa (5), Rafael Brito (5), Cauê dos Santos (5), Korede Osundina (5) e Iyad Mohamed (-)

Notícia atualizada às 23.59 horas