Tal como já demonstrara na flash à Sport TV, Tozé Marreco voltou a criticar a arbitragem de Tiago Martins na sala de imprensa, reclamando falta ofensiva no golo de Francisco Moura.

- O que é que faltou ao Farense para ter evitado a derrota?

Deixe-me ver se digo isto sem ser multado ou castigado: faltou ser marcada uma falta num lance que é ilegal. Foi isso que faltou ao Farense, não faltou mais nada. Porque fomos absolutamente competentes na primeira parte, em que praticamente não permitimos nada ao FC Porto, com personalidade nos momentos em que tivemos bola, a explorar a pressão em 5x3x2 do FC Porto.  A segunda parte começa com aquele lance que eu não controlo, que os meus jogadores não controlam. Há um agarrão, há um empurrão. Não há só um agarrão, há um agarrão e um empurrão a seguir. Dava de barato se fosse um jogador sem influência no lance, sendo na zona do lance e do jogador que acaba por desviar para golo, foi isso que faltou, apitar para falta.

Porque depois, mesmo em desvantagem, criámos uma grande defesa do Diogo [Costa], que impede o empate do [Cláudio] Falcão, outra bola do Rui [Costa] e mais duas ou três saídas muito boas que nos podiam ter levado ao empate, pelo menos. O resumo do jogo acaba por ser este.

- O Farense, quer através do presidente, como através de si, treinador, tem criticado arbitragens no final de alguns jogos. Isso começa a ser preocupante?

Eu sei como as coisas funcionam. Os árbitros que têm abertura para conversar percebem aquilo que eu vou dizer: não há ninguém que respeite mais o trabalho e a dificuldade do seu trabalho do que eu. A responsabilidade vai ser sempre minha, sou eu a cara daquilo que controlo. O resto, este tipo de lances, não posso controlar. Se é preocupante, deixo essas análises para os especialistas, para quem tem de as fazer. Eu tenho as minhas conclusões. Hoje, não há dúvidas nenhumas.

O que eu peço é uma coisa muito simples: os critérios serem uniformes. Se há um agarrão e se marca penálti, se há um empurrão, tem de se marcar falta. Ponto final. Se fosse uns metros atrás, como marcou muitas fora da área, era falta. Não percebo o critério, muito menos de quem está a ver sentado numa cadeira.

- Houve ansiedade nos momentos finais, quando o Farense sentiu que podia chegar ao golo?

Desde o primeiro dia que falo que o nosso foco é o lugar do play-off. É passo a passo, sair do último lugar e ir trepando lugares. Chegando lá, olhar mais para cima. É normal a ansiedade da equipa. Notei-a muito nos últimos minutos do jogo com o Nacional, hoje na tomada de decisão não notei que isso tivesse tido influência. Hoje, cinco minutos de desconto e não sei quanto tempo se jogou. Temos a informação passada pelo assistente que vai ser jogado mais um minuto após a lesão [Vasco Sousa] – que parece que é grave e que recupere rapidamente – e passado 20 segundos acaba o jogo. É normal nesta posição a maior ansiedade e temos de a gerir.

- Deve ter sido o jogo em que o Ricardo Velho teve menos intervenções. Também por isso, fica um sabor mais amargo?

Isso tem sido um lugar-comum nas últimas jornadas. Na última [com o Nacional] o Velho faz uma defesa, um remate na 2.ª parte com o Soumaré. Tem sido comum, à exceção do jogo com o Vitória de Guimarães, que foi muito melhor que nós e podíamos ter perdido e o Velho faz mais intervenções. Tem feito poucas defesas porque a equipa está muito bem organizada defensivamente e deixámos de ser a pior defesa. O importante é que temos que alterar a nossa posição na tabela.