Tadej Pogacar esperava que Jonas Vingegaard ficasse mais próximo no contrarrelógio da quinta etapa do Tour, que agora lidera depois de esta quarta-feira ter ficado a apenas 16 segundos do "melhor contrarrelogista do mundo", o ciclista belga Remco Evenepoel.

"Estou muito satisfeito com a forma como corri hoje. Ficar 16 segundos atrás do campeão do mundo e olímpico, aquele que provavelmente é o melhor contrarrelogista no mundo neste momento, deixa-me muito contente. Ganhar tempo na geral também. Perdi um pouco para o Remco, mas ganhei a todos os outros, o que é positivo", analisou o esloveno da UAE Emirates.

O três vezes vencedor da 'Grande Boucle' e campeão em título da prova francesa vai partir para a sexta etapa da 112.ª edição de amarelo, depois de hoje ter sido segundo no contrarrelógio de 33 quilómetros em Caen, que Evenepoel cumpriu em 36.42 minutos.

"Encarei o 'crono' como uma batalha contra mim mesmo, não tive as mesmas sensações que no [Critério do] Dauphiné", assumiu, referindo-se ao resultado menos conseguido que teve no contrarrelógio dessa corrida, no qual perdeu 48 segundos para o vencedor da etapa de hoje.

'Pogi' reconheceu que se superou nesta quinta etapa, na qual ganhou 01.05 minutos a Jonas Vingegaard (Visma-Lease a Bike), o seu 'vice' no ano passado e em 2021 e o vencedor das edições de 2022 e 2023 da 'Grande Boucle'.

"Esperava que estivesse mais perto de mim ou até que me superasse, como já aconteceu no passado", pontuou o líder da UAE Emirates, que viveu "um ótimo dia".

Com a sua prestação de hoje, o ciclista de 26 anos lidera todas as classificações à exceção da juventude, mas admite que o importante é ter a amarela vestida em 27 de julho, nos Campos Elísios.

"Não tenho a sensação de estar a envelhecer, sinto-me uma criança na bicicleta", brincou a propósito de não aspirar à classificação dos mais jovens, que ganhou por quatro vezes (um recorde), por ter mais de 25 anos.

Quem enverga a camisola branca é Evenepoel, o feliz vencedor da etapa de hoje, que fez "o que tinha de fazer para ganhar o maior tempo possível e subir na geral".

"É um grande passo em frente rumo ao pódio" final, considerou o agora segundo da geral, a 42 segundos de Pogacar.

Terceiro classificado no ano passado, além de melhor jovem, o ciclista da Soudal Quick-Step recordou hoje os 39 segundos que perdeu na primeira etapa, por ter falhado um 'corte' provocado pela Visma-Lease a Bike de Vingegaard.

"Os que me conhecem sabem que a 'vingança' me faz trabalhar mais. O tempo que cedi motivou-me ainda mais, queria fazer algo importante e chateia-me um pouco não ter conseguido conquistar a amarela", lamentou.

Para Evenepoel, os segundos perdidos na jornada inaugural "doem". "Foi um erro de principiante, mas já não podemos mudar isso, só olhar em frente", acrescentou.

Sem esse erro, Vingegaard, que hoje perdeu 01.21 minutos para o belga, até estaria a uma distância maior.

"Hoje, lutei contra a minha bicicleta e as minhas pernas, que não estavam bem. Felizmente, o Tour é longo e ainda acredito em mim", declarou o dinamarquês.

Quarto da geral, a 01.13 minutos de Pogacar, o líder da Visma-Lease a Bike continua a confiar que pode conquistar pela terceira vez a prova, apesar de hoje ter ficado surpreendido pelas pernas não responderem.

"Claro que um minuto parece muito, mas nos últimos anos o Tour foi ganho por uma margem maior", destacou.