Depois da eliminação da Liga dos Campeões diante do Feyenoord, o Milan prepara-se para defrontar o Torino em jogo a contar para 26.ª jornada da Serie A. Na conferência de imprensa de antevisão ao encontro, Sérgio Conceição abordou a derrota, elogiando a reação da sua equipa, e não fugiu a um dos assuntos do momento nos rossoneri: a expulsão de Theo Hernández por simulação frente aos holandeses que motivou muitas críticas durante a semana. 

"Sobre o Theo... posso dizer que gosto de perguntas sobre futebol, não sobre cabelo. Para mim, basta que sejam profissionais e deem tudo pelo clube. Falei sobre isso no final do jogo. É uma mais-valia para o clube, já deu alegrias aos adeptos no passado. Ele sabe que fez algo que colocou a equipa numa posição difícil, falámos sobre isso no balneário. Eu também cometi erros. É um dos jogadores disponíveis para jogar amanhã, para responder à pergunta".

"No futebol, há o bom e o mau. Depois de cada jogo, começamos de novo e trabalhamos para o próximo. A eliminação custou-nos muito e o dia seguinte foi difícil. Hoje vi o grupo verdadeiramente concentrado. Sabíamos que éramos mais fortes do que o Fyenoord, tínhamos preparado bem o jogo, mas devido a certos pormenores perdemos. Tinha dito que o futebol é simples: marcar golos e não sofrer. Mas dentro desta simplicidade está a complexidade para tornar o futebol simples, o que requer muito trabalho a diferentes níveis", referiu o treinador português aos jornalistas, antes de revelar que Walker não estará disponível para o jogo deste sábado e de dizer que gosta que os jogadores sejam sinceros uns com os outros.

"O Pulisic não tem 90 minutos nas pernas, o Giménez está a melhorar todos os dias, mas ainda não está ao nível que queremos. Estamos a trabalhar nisso, para o estilo de jogo que pretendo. Precisa de ser intenso durante os 90 minutos. Encontrei alguns jogadores com dificuldades neste aspeto. Jogar de três em três dias, sempre com jogos decisivos. Estar sempre no limite... Não é fácil gerir. Gosto que os jogadores digam uns aos outros aquilo que pensam. É-se um verdadeiro amigo quando se diz ao colega o que realmente se sente, tem de haver essa honestidade entre eles. Isso também ajuda-os a crescer. Prefiro uma verdade dura a uma mentira simpática que esconde um problema".

Sérgio Conceição voltou também a admitir que vive o futebol de forma muito intensa, recordando a morte dos pais: "Vivo cada dia com uma grande intensidade. Levo o meu trabalho para casa e a minha família fica não contente com isso, mas é assim. Nem sempre faço as coisas na perfeição, mas trabalhamos todos os duas com uma grande paixão. Ontem, preparámos a sessão de treino de hoje, analisámos vídeos, é essa a minha preocupação principal. Hoje faz 31 anos que a minha mãe morreu. Tinha 18 anos e tinha perdido o meu pai dois anos antes. Se estas são as dificuldades do futebol, então não tenho medo de nada. Por isso, continuo a seguir o meu caminho".