
A Seleção de sub-21 de andebol chegou esta segunda-feira ao Porto com a medalha de prata do Mundial da Polónia ao peito e o sentido de dever cumprido, com a certeza de um futuro promissor para a modalidade.
Portugal fez história no domingo ao terminar em segundo o Mundial de sub-21, ao perder por 26-29 a final com a Dinamarca, e inscreveu os nomes do guarda-redes Diogo Rêma e do lateral esquerdo João Bandeira Lourenço na equipa ideal da prova.
"Foi completamente histórico. Nunca Portugal foi a uma final de um Mundial em nenhum escalão e ficamos muito contentes com a medalha de prata, que é um sinal que o andebol nacional está a evoluir", disse à chegada Diogo Rêma.
O guarda-redes admitiu que após a final perdida para a Dinamarca ficou um amargo de boca, reconhecendo que "a felicidade não era a máxima", mas, umas horas depois, refletiram com calma sobre o feito que tinham acabado de alcançar.
"Superamo-nos muito durante a competição [sete vitórias consecutivas até à final] e já em janeiro, nos seniores, fizemos um resultado histórico [4.º no Mundial]. É sempre a subir", assegurou Diogo Rêma, que também representa a seleção principal.
O guarda-redes atribui o sucesso à preparação da Seleção, embora tenha tido pouco tempo, à qualidade individual dos jogadores e ao coletivo forte, que se consegue completar muito bem, e ao treinador Carlos Martingo.
"Conseguimos um grande resultado e só temos que estar orgulhosos disso", disse ainda o guarda-redes Diogo Rêma, que integrou a equipa ideal do Mundial da Polónia juntamente com o seu compatriota João Bandeira Lourenço (lateral esquerdo).
Para João Bandeira Lourenço é um motivo de "grande orgulho" integrar o sete ideal do Mundial, em que cabiam outros jogadores lusos, como o pivô Ricardo Brandão, mas o lateral reconhece que se o conseguiu é fruto do trabalho da equipa.
"A equipa é que levou a que isto acontecesse. Por termos uma equipa tão unida e tão boa é que isso foi possível. Qualquer um de nós podia entrar na equipa ideal", defendeu o lateral esquerdo, repartindo o destaque individual com os restantes companheiros de seleção. Tal como Diogo Rêma, João Bandeira Lourenço também admitiu um sabor amargo, logo após a final perdida com a Dinamarca, que garantiu o histórico segundo lugar do Mundial.
"Após o jogo não ficamos satisfeitos, porque queria-mos o ouro, mas depois começamos a refletir e a pensar no que tínhamos alcançado e é muito bom. Fomos os únicos a conseguir fazê-lo", acrescentou.
O pivô Ricardo Brandão, que tal como Diogo Rêma já é presença assídua na seleção principal, também reconheceu que a seleção sentiu que podia ter feito melhor, mas está consciente de que deu mais um passo na historia do andebol nacional."Terminou o nosso percurso nas camadas jovens, mas vamos continuar a dar tudo para continuar a trabalhar e poder contribuir para a seleção principal", disse um dos pivôs dos Heróis do Mar, que alcançou o inédito quarto lugar do Mundial de seniores.
A equipa nacional foi recebida no Aeroporto Francisco Sá Carneiro por alguns familiares e amigos ao final da manhã.
O treinador Carlos Martingo não viajou com a equipa, que foi 'agraciada', ainda na aerogare, com uma caixa de natas.