
- Como analisa o regresso de Lisboa a um número tão elevado de clubes na Primeira Liga, 73 anos depois?
- A presença na Primeira Liga de seis clubes filiados na Associação de Futebol de Lisboa, na próxima época desportiva, após 73 anos, tem um grande simbolismo para o futebol do distrito de Lisboa. Este feito reflete o nível de competitividade, bem como o impacto do trabalho desenvolvido pelos clubes na organização e acompanhamento do desenvolvimento do futebol. É também indicador de uma revitalização do futebol, sob a égide da Associação de Futebol Lisboa, com um aumento na qualidade das equipas e na capacidade de competição ao mais alto nível.
- Que significado tem este marco para a vossa Associação?
- É um marco histórico e de grande significado. Sendo a Associação de Futebol de Lisboa a mais antiga do país, vai celebrar este ano 115 anos e vai ter nove clubes a disputar os campeonatos profissionais de futebol (seis na Primeira Liga e três na Segunda), o que representa reconhecimento da qualidade das equipas e da estrutura competitiva da AFL, maior visibilidade para o futebol distrital de Lisboa, fortalecimento da qualidade das equipas e estruturas competitivas. Um impacto positivo na formação de jovens jogadoras e jogadores, assim saibam os clubes promover a retenção do talento.
- Com esta representatividade reforçada na Liga, sente que a AF Lisboa ganha ainda mais peso institucional no panorama nacional?
- Sim. A presença de seis clubes na Primeira Liga dá à AF Lisboa um peso institucional ainda maior no futebol português. Maior influência nas decisões relacionadas com o futebol nacional, incluindo regulamentos e políticas de desenvolvimento. Um aumento da visibilidade da AF Lisboa, fortalecendo a sua posição como uma das associações mais relevantes do país. Capacidade de atrair mais investimento e apoio para os clubes do distrito e um impacto positivo na formação de jovens futebolistas, com mais oportunidades para se destacarem.
- Acredita que esta diversidade de emblemas lisboetas na Primeira Liga beneficia o futebol nacional?
- Sim. A diversidade de emblemas, isto é, mais clubes do distrito de Lisboa a competir na Primeira Liga, traz vantagens para o futebol nacional. Os seis clubes na elite do futebol português, fortalecem a rivalidade regional, tornando os jogos mais atraentes, desenvolvendo talento, atraem investimento e aumentam o interesse comercial na Liga, com um impacto económico positivo.
- Como vê o regresso do Alverca, tantos anos depois?
- O Alverca está de volta à Primeira Liga, 21 anos depois da sua última participação na época desportiva 2003/2004. Este regresso é notável para o clube ribatejano, que conseguiu duas subidas consecutivas, depois de ter sido campeão da Liga 3 em 2023/2024. A equipa superou um início de época difícil na Segunda Liga, mas conseguiu recuperar e garantir a promoção ao escalão principal do futebol português. Este regresso à Primeira Liga representa um momento singular para o clube e para os seus adeptos, que voltam a ver o Alverca a competir entre os grandes do futebol nacional. Será interessante acompanhar como a equipa se vai adaptar à Primeira Liga. Uma palavra de apreço para o Presidente Fernando Orge, que assumiu a presidência quando o clube estava na segunda divisão distrital e, em tão pouco tempo, de forma organizada, determinada e empenhada o leva à Primeira Liga.
- Que mensagem deixa aos clubes lisboetas para a próxima temporada?
- Aos clubes filiados na AF Lisboa desejo uma época desportiva repleta de conquistas e superação. Que cada jogo seja uma oportunidade para se afirmar, cada treino um passo rumo à excelência e cada vitória um reflexo do esforço e da paixão que tornam o futebol tão especial. Que nunca falte o ‘fair play’ no apoio fervoroso dos adeptos. Boa sorte a todos.