
Ao comando do Panathinaikos, Rui Vitória terminou o campeonato grego no 2º lugar, atrás do rival Olympiacos. Agora, o técnico português prepara-se para mais uma temporada no clube de Atenas e quer fazer melhor do que em 2024/25.
"Sei muito bem o que o Panathinaikos precisa para ser campeão. Conheço melhor a equipa, toda a equipa, a organização, as estruturas, tudo. Por outro lado, também conheço melhor o campeonato grego, que talvez tivesse outras coisas em mente quando cheguei. Tendo ganho 11 títulos na minha carreira, sei muito bem o que a equipa precisa para ganhar o campeonato e para gerir as situações difíceis que vão surgir durante a época", referiu em entrevista ao jornal helénico 'Gazzetta'.
Sobre a forma como chegou ao clube de Atenas, Rui Vitória admitiu que não foi fácil. "Muitos diriam que não valia a pena correr esse risco a meio da época. Sou uma pessoa que trabalha com as emoções, disse que era uma batalha que tinha de travar. Não me arrependo. Foi muito, muito difícil, porque estamos a falar de uma equipa que estava há muitos anos afastada da luta pelo campeonato, que no início da época não era a favorita e que naquele momento estava numa má situação em termos de pontos e psicológicos", lembrou, antes de admitir: "Em nenhuma equipa me dei ao luxo de ter tempo. Essa pressão imediata foi boa."
"Tem de haver coesão, solidariedade e união. Nunca ganhei nada em nenhuma equipas sem união. Todos temos de caminhar na mesma direção. Nós, que estamos dentro, temos de levar essa mensagem para o exterior e as pessoas têm de seguir esse o caminho. Quero tornar o Panathinaikos melhor, ganhar títulos, fazer história", sublinhou.
Passagem pelo Benfica
Rui Vitória recordou também o seu trajeto, especialmente a passagem pelo Benfica. "O primeiro ano foi difícil. A equipa vinha de dois títulos seguidos. Não começámos bem. Estávamos a 7 pontos do topo. Travámos uma luta ponto a ponto. O mais importante foi controlar emoções, gerir a pressão interna e externa. Transmitir estabilidade à equipa. Fizemos alguns discursos, demos-lhes visão, união e fechámos o grupo. Estamos a falar do Benfica, uma equipa demasiado organizada. Depois de darmos motivação e confiança aos jogadores, mostrámos a sua qualidade individual e a qualidade da equipa em que nos tornámos", adiantou.
"Tínhamos uma boa relação com o presidente, que quando me contratou como treinador elaborou um plano não de compra de jogadores, mas sim de aposta em atletas da formação. Estava de acordo porque acreditava nisso. Vi que a equipa tinha muito potencial. Trouxemos seis jogadores para a equipa principal. Com trabalho e tempo ultrapassámos as dificuldades e trouxemos jogadores como Rúben Dias e Nélson Semedo. Eles amadureceram muito rapidamente e conseguimos ganhar o campeonato", acrescentou.
"O mundo do futebol mudou. A pressão das redes sociais, que antes não existia, os jogadores e também eles têm outras dificuldades de gestão. Não são os mesmos de há vinte anos. Há treinadores que querem o seu tempo após períodos significativos de pressão. Damos um passo atrás quando nos sentimos vazios, recarregamos as baterias e voltamos", concluiu.