Faltam ainda quatro meses, mas as eleições no Benfica já mexem. Perfilam-se os vários candidatos, e até dia 25 de outubro, dia das eleições, terão de convencer a nação benfiquista com as suas ideias e propostas no que diz respeito ao futuro do clube encarnado. João Noronha Lopes, Martim Mayer e João Diogo Manteigas são alguns dos nomes que avançam para a candidatura, mas faltam ainda as confirmações de Mauro Xavier, e claro, aquela que todos querem saber. Rui Costa avança ou não para uma recandidatura?

Sobre essa possibilidade, o atual presidente das águias já afirmou que vai tomar essa decisão nos próximos dias, muito provavelmente a seguir ao Mundial de Clubes, onde o Benfica alcançou, para já, os oitavos de final da prova. Não sei o que vai na sua cabeça, mas algo me diz que quer continuar a liderar os destinos do maior clube português. E a meu ver, bem. Nada o impede, e como grande benfiquista que é, é legítimo em querer ter outra oportunidade. Rui Costa venceu as últimas eleições, em 2021, com quase 90% dos votos. Um resultado esclarecedor e que mostrou bem sua popularidade junto da massa associativa.

É claro que nesse ano o seu passado como jogador contou muito, mas esse fator vai agora passar para segundo plano. Durante estes quatro anos de presidência foi avaliado, teve momentos de altos e baixos, e em outubro é isso que vai pesar no ato da votação. Rui Costa pode já não ter todos os benfiquistas com ele, mas merece um voto de confiança, tal como aconteceu várias vezes com o seu antecessor, Luís Filipe Vieira. O antigo maestro da Luz está há quatro anos como presidente do Benfica e foi campeão apenas uma vez. Luís Filipe Vieira foi eleito presidente pela primeira vez em 2003, e no igual período de Rui Costa também só conquistou um campeonato, tendo conquistado o segundo cinco anos depois.

Não sei se será justo fazer esta comparação entre o atual número um encarnado e alguém que esteve 18 anos no trono da águia, mas é curioso que o desempenho desportivo de ambos nos primeiros anos de presidência mostra ser equilibrado. E estou-me a referir apenas a resultados desportivos, porque é isso que os adeptos realmente querem. Não adianta ter uma boa capacidade de gestão ou fazer negócios milionários, porque se a bola não entrar, tudo o resto é posto em causa.

Rui Costa tem a perfeita noção que poderia ter feito muito melhor nestes quatro anos. Um dos aspetos que se tem falado é de não ter intervindo mais quando foi preciso, principalmente na reta final do campeonato. Mas o erro faz parte da vida, e só errando é que podemos melhorar aquilo que fizemos de mal. Acredito que se avançar novamente para eleições e vencer, já vai estar melhor preparado para um novo mandato, e saberá escolher as pessoas certas e de confiança para a sua direção.

E percebo o timing para sua decisão final de se recandidatar. Uma boa participação do Benfica no Mundial de Clubes, e quem sabe, a conquista do torneio, dará mais alguns pontos a Rui Costa depois de uma época em que podia vencer tudo a nível nacional, mas que acabou apenas com uma Taça da Liga. Aguardemos então pelo fim da prestação encarnada nos Estados Unidos, para saber se, afinal, Rui Costa vai mesmo a eleições.