![Rui Borges: «Precisamos de estar a 200% e nós nem a 100% estamos»](https://homepagept.web.sapo.io/assets/img/blank.png)
Ainda não foi desta que Rui Borges conseguiu a sua primeira vitória pelo Sporting na UEFA Champions League. Depois de se ter estreado com uma derrota em Bruges (1-2) e de ter empatado frente ao Bolonha (1-1) no primeiro jogo em Alvalade, os leões foram derrotados na receção ao Dortmund, por 0-3, na primeira mão do play-off.
O técnico leonino lamentou esse desaire pesado, apesar de uma primeira parte muito positiva, em que considera que mereciam estar a ganhar, mas que na segunda parte se revelaram os problemas físicos da sua equipa.
«Uma grande primeira parte. Acho que merecíamos por tudo o que fomos capazes, pela qualidade que metemos nos jogos, tentámos ser pressionantes, encurtar duelos, fomos muito competentes, tivemos muita qualidade no nosso jogo. Penso que merecíamos sair a ganhar ou pelo menos com um golo marcado. Na segunda parte fomos muito reativos, acabámos por sofrer golo numa fase em que o jogo estava equilibrado, nos primeiros dez minutos, onde entrou melhor o Dortmund, que ganhou dois ou três cantos seguidos. E acabámos por sofrer golos num momento em que não estamos desequilibrados, foi mais forte no duelo o avançado do Dortmund e acabou por fazer a diferença nesse sentido», começou por dizer, em entrevista rápida à Sport TV.
«Depois do 0-1, penso que fomos abaixo em termo anímicos e sentiu-se claramente o nosso défice físico, e não estou a desculpar-me com isso, longe disso, mas é claro e depois entrámos nessa fase do jogo onde só reagimos depois das coisas acontecerem. Fomos poucos proativos, perdendo o equilíbrio em termos coletivos e acabámos por sair com um resultado, que acaba por ser injusto. Deixámos entrar o jogo num momento em que o Borussia gosta, com espaço, que dá para acelerações no último terço, e fomos penalizados por isso mesmo. Com estas equipas não podemos sê-lo, na UEFA Champions League precisamos de estar a 200% e nós nem a 100% estamos», atirou, não se querendo desculpar pelos problemas de lesões na sua equipa.
«Não fica difícil, é o que é, eu tenho de me adaptar. Eu não estou a dizer isto para me desculpar de nada, temos de ser mais competentes, temos de melhorar em algumas coisas e este jogo vai server para isso, para crescermos. Agora há coisas que são claras e basta olhar para o jogo. Sentimos que os jogadores não estão claramente como nós desejamos e nestes jogos, pela exigência, temos de estar para lá dos 100% em termos físicos. Estamos aqui a tentar ganhar minutos com o Viktor, Dani, Morita, Matheus Reis também. É o que é, o futebol é isto, não serve de desculpa, porque fomos capazes na primeira parte, agora o desgaste sente-se contra uma equipa que tem bons jogadores e que em pequenos comportamentos resolvem. E foi um pouco isso», disse, apontando já para o próximo jogo.
«Dar algum tempo ao Viktor, que é importante, porque teve aqui uma paragem. Precisamos dele na melhor forma, pelo impacto que ele também a não estar a 100% cria nos próprios adversários, na própria equipa. Dá um ânimo diferente, é normal, pelo impacto que tem. Não só ele, com o Morita é igual, mas são decisões que nós temos de tomar, tomámos de consciência tranquila, tentamos sempre fazer o melhor, nem sempre vai dar resultado, hoje não deu, é certo. Olhar já para o jogo de sábado que esse é muito importante», explicou, falando especificamente sobre a situação do sueco.
«Não há secretismo nenhum. Não sou médico, não vou estar aqui a especificar que tipo de lesão é que ele teve, ele está em fadiga, teve um problema, está em recuperação, como todos os outros. Aceito um bocadinho que a malta se preocupe mais, por causa do impacto que ele tem, lá está, é diferenciado. Ele está condicionado, tem feito o trabalho que toda a gente faz quando está condicionado e é mais um. Temos sido sempre honestos, quando está em dúvida, está em dúvida, hoje não disse que estava em dúvida, disse que estava convocado e que estava disponível para jogo, independentemente daquilo que é o tempo. O futebol é isto, temos de nos adaptar a ele, feliz por de alguma forma tê-lo já com a equipa e ele precisa deste tempo de jogo para ficar cada vez melhor», referiu, abordando a segunda mão na Alemanha.
«É apostar no próximo jogo com o Arouca, que é um jogo difícil, em nossa casa e faremos tudo para o ganhar, e vamos ganhá-lo, com toda a certeza. É esse o novo foco, depois pensamos no jogo de lá, porque independentemente de sairmos daqui com um 0-3, vamos desfrutar do jogo em Dortmund. Sabemos que é difícil, mas representamos um grande clube, que a exigência é representá-lo da melhor forma e fazer de tudo para ganhar o jogo, independentemente do adversário, sabemos que é muito difícil, mas vamos tentar dividir o jogo», garantiu.