
O ciclista esloveno Tadej Pogacar (UAE Emirates), folgado líder da geral da Volta a França, disse hoje que tem "confiança" e considera correto tê-la, quando faltam seis etapas para um possível quarto triunfo na corrida.
"Tenho confiança e creio que devo tê-la. Mas sei, também, que Jonas Vingegaard a tem, porque está em grande forma, como demonstrou no contrarrelógio, ou no dia seguinte em Superbagnères", declarou o campeão do mundo de fundo.
No último dia de descanso antes do fecho do Tour, que arranca terça-feira para a decisiva terceira e última semana, 'Pogi' refletiu sobre a confortável vantagem que acumulou nas primeiras 15 etapas, das quais venceu quatro.
O esloveno, campeão da 'Grande Boucle' em 2019, 2020 e 2024, lidera com 4.17 minutos para Vingegaard (Visma-Lease a Bike), campeão em 2021 e 2022 e agora segundo classificado, na até aqui mais desequilibrada das 'edições' da rivalidade entre os dois ciclistas, que dividem a vitória nesta corrida há seis anos.
Sem dar por decidido o desfecho desta Volta a França, o campeão do mundo quer agora "seguir concentrado, comer bem, dormir bem, manter boa relação com a equipa, e manter a confiança, porque a última semana vai ser muito dura".
"Estamos prontos para lutar seja com quem for, mas sobretudo com Jonas", insistiu, sem descontar o 'vice'.
A caminho do quarto Tour da carreira, faz mira ao Mont Ventoux e ao Col de la Loze, os mais icónicos pontos altos que restam na corrida, e lembrou que o dinamarquês o bateu neste último, dias depois de 'exorcizar' a derrota de 2022 no Hautacam.
Ainda assim, questionado sobre uma possível participação na Volta a Espanha, não respondeu taxativamente para qualquer dos lados, mantendo-se "apenas focado nas seis etapas que faltam aqui".
"Tomarei a decisão depois do Tour. Não me stressa pensar no que falta da temporada. Mantenho-me concentrado, depois decidirei em função das possibilidades que possa ter", explicou.
O segundo classificado, por seu lado, admitiu que chegar à vitória "parece muito difícil", pela "grande diferença" para o camisola amarela, mas não atirou a toalha ao chão quando os Alpes ainda vão testar os favoritos.
"Ainda acredito que posso ganhar. (...) Pogacar não tem muitos pontos fracos. Normalmente, sou mais forte na terceira semana. Não vou contar a minha tática, mas continuo a acreditar", reiterou Vingegaard.
O dinamarquês admitiu ainda que se sente disposto a "sacrificar o segundo lugar por lutar pelo primeiro", recusando a ideia de uma tática mais defensiva para o fecho desta edição, preservando o 'vice' em detrimento de tentar um terceiro triunfo no Tour.
Na terca-feira, a 16.ª etapa apresenta desde logo um 'teste de fogo' às aspirações finais, com 171,5 quilómetros iniciados em Montpellier que terminam no topo do mítico Mont Ventoux.