No momento em que bateu a meia-noite do dia 4 de fevereiro em Portugal Continental, terminou a última oportunidade para os clubes se reforçarem para o ataque aos objetivos de 2024/25. Não foi em todo o mundo do futebol, mas, além de Portugal, França, Espanha, Inglaterra e Alemanha foram alguns dos mercados que encerraram hoje. Com a janela de transferências de inverno fechada nos grandes palcos da Europa, muitos milhões voltaram a estar em viagem de um lado para o outro. Alguns protagonistas repetiram-se, outros surpreenderam, num mercado dominado, como já é comum, pelos clubes ingleses, mas com aparições espantosas de clubes fora da Europa.

Tão cedo, Jhon Durán? 

Ao contrário daquilo que habitualmente acontece, desta vez não foi nenhum clube europeu a fazer a contratação mais cara. Essa marca ficou para o Al Nassr, que, por 77 milhões pagos a pronto, levaram Jhon Durán, avançado de colombiano de 21 anos, ao Aston Villa — e até já foi titular. Jhon Durán é um caso sério de eficácia. 12 golos em 29 jogos podem não parecer números particularmente atrativos. Só que, sendo crónico suplente de Ollie Watkins, somou apenas 1047 minutos. Marcou 12 vezes em menos de 12 partidas completas. Leva três golos em sete jogos na UEFA Champions League, incluindo um golaço sobre Neuer que deu aos villans os três pontos frente ao Bayern. Fica a dúvida se, em tão tenra idade, rumar à Arábia Saudita será a melhor opção. Podia ter esperado mais uns aninhos e fazer como Galeno, do FC Porto, que reforçou o Al Ahli por 50 milhões.

Não foi, ainda assim, a maior venda dos Dragões neste defeso: Nico González custou mais 10 milhões ao Man. City, que, não fosse Durán, tinha a maior compra do mercado: Omar Marmoush brilhou no Eintracht, com 20 golos e 13 assistências em 26 jogos, e convenceu os citizens, a investirem 75 milhões na sua contratação. Kvaratskhelia, que custou 70 milhões ao PSG, fecha o pódio.

Ao que obriga o desespero... 

O Al Nassr só contratou Durán, mas chega para ficar em segundo na tabela de maiores gastadores e o Al Ahli fecha o top-5, com 59 milhões investidos. Valores que ainda não são definitivos, uma vez que o mercado destes clubes ainda não fechou, mas que permitem fazer uma comparação do poderio financeiro saudita face ao europeu. Á frente do Al Ahli, aparecem PSG e Rennes, com 70 e 67, respetivamente. O segundo lugar é da equipa de Cristiano Ronaldo e Otávio, mas era preciso muito mais para chegar a primeiro. Mais quase dois Duráns. 

Em janeiro, o Manchester City gastou um total de 218 milhões de euros, em Marmoush, Nico González. Khusanov e Vítor Reis. Tanto dinheiro só pode significar que os skyblues estão mesmo necessitados. E, se calhar, não é para menos. Na Premier League, o acesso à Premier League está muito difícil e, depois da pesada derrota por 1-5 frente ao Arsenal, a equipa já está a 15 pontos do líder Liverpool. Na UEFA Champions League, competição em que o tetracampeão inglês entra como crónico candidato, precisou de vencer na última jornada para avançar (e, ao intervalo do embate com o Brugge, estava eliminado...). Os objetivos não estão a ser cumpridos e, para isso, o Manchester City aposta neste investimento, que já é o segundo maior de sempre num mercado de inverno, mesmo que ainda um pouco longe do líder: em 2023, o Chelsea gastou, em janeiro, 330 milhões de euros, em janela de transferências encabeçada pela compra de Enzo Fernández ao Benfica

FC Porto quase no topo, Vitória no top-10 

O Aston Villa é o líder de vendas deste mercado de transferências, com 110,7 milhões de euros amealhados. São só mais 400 mil que o FC Porto, que, com as vendas de Galeno e Nico González, é um dos líderes do defeso. No top-10, há nova presença portuguesa: as vendas de Alberto Costa, Manu Silva e Kaio César foram as que mais contribuíram para que os Conquistadores aparecessem, com 35,5 milhões de receita, no nono lugar da classificação. 

Muitos empréstimos 

Não só de muito dinheiro a mexer se fez este mercado de transferências. Algumas das mais sonantes mudanças foram feitas de forma temporária. O Aston Villa, inegável protagonista da janela, reforçou-se com nome pesado: Marcus Rashford, que não está nas boas graças de Ruben Amorim, reforça a equipa de Birmingham até ao final da temporada. Antony, também afastado das opções dos red devils, rumou ao Betis, enquanto o Tottenham teve em Danso o alvo que necessitava para tapar os buracos que as lesões provocaram no centro da defesa.  

Muito dinheiro, muitas mudanças e ajustes-chave nas equipas. Daqui para a frente, estão lançadas todas as cartas para o resto de 24/25.