O que se viu de novo
Algumas confirmações de outros jogos do FC Porto nesta pré-época: uma linha média com Grujic, Alan Varela e Nico González, com o espanhol a aparecer mais adiantado, mais perto do trio de atacantes. Numa 1.ª parte que definiu as contas (os quatro golos foram aí marcados e depois o FC Porto e geriu plantel), Ivan Jaime também parece ser um dos homens restabelecidos na nova era portista. Na ficha de jogo, parece um extremo-esquerdo, mas enquanto do outro lado Gonçalo Borges foi mesmo um ala, o espanhol ex-Famalicão visitou sempre terrenos mais centrais, onde o FC Porto parece ter feito muito trabalho com Vítor Bruno, na tentativa de um jogo com mais qualidade do ponto de vista do ataque posicional.
O primeiro golo, de Nico, nasce de um cruzamento de João Mário mas, antes disso, de um bom trabalho a romper linhas pelo meio, com Grujic em evidência, algo que, por esta altura, talvez já não se acreditasse. No segundo golo, de Jaime, Danny Namaso baixou do lugar de ponta de lança para se tornar numa espécie de distribuidor, lançando Jaime com um toque de calcanhar. Pelo meio, também.
A 2.ª parte, como já referido, pouco contou para a história do jogo neste encontro de apresentação aos sócios. Ainda faltam muitos internacionais entrarem no onze, Diogo Costa é imprescindível, mas Wendell terá em Martim Fernandes, agora a jogar à esquerda, concorrência. Evanilson dará mais opções na frente, onde Namaso também deu boas indicações nesta pré-época. Gonçalo Borges, que até marcou, mas continua muito pouco eficiente, não fará cócegas a Francisco Conceição, se este ficar no plantel.
Os reforços
Não há reforços, mas há gente nova e neles destacou-se claramente Vasco Sousa. Bela entrada do médio, numa fase em que o jogo já estava partido, a dar-se ao jogo e a pedir bola, com a sua inconfundível meia para baixo. Enviou uma bola ao ferro aos 82, de cabeça e ainda ofereceu um passe para golo a Toni Martinez. Menos bem esteve o prodígio Rodrigo Mora, muito marcado e pouco discernido. Gabriel Brás e Gonçalo Sousa entraram já nos últimos minutos, sem grande oportunidade de se mostrarem.
Como começou
Cláudio Ramos; Martim Fernandes, Zé Pedro, Otávio Ataíde, João Mário; Marko Grujic, Alan Varela, Nico González; Iván Jaime, Gonçalo Borges e Danny Namaso
Como acabou
Samuel Portugal; Gonçalo Sousa, Fábio Cardoso, David Carmo, Gabriel Brás; André Franco, Vasco Sousa, Galeno, Rodrigo Mora, Toni Martinez, Fran Navarro
O melhor
Nico González marcou dois golos e parece cada vez mais um jogador essencial para Vítor Bruno, surgindo como um médio com autorização para subir no momento ofensivo, contribuindo também na fase defensiva.
A banda sonora
Não é que a canção seja original, ou até boa, bem longe disso, mas conta várias histórias para este jogo: por um lado, a contagem final do FC Porto até à Supertaça, já no próximo fim de semana, e quem a canta, os Europe, suecos e europeus de cabelo grande, como atestado de que, sim, por muito que nos queiram impingir o campeonato saudita goela abaixo, falta muito, mas muito, para uma equipa grande da Arábia Saudita conseguir sequer incomodar uma equipa europeia como o FC Porto. O Al-Nassr foi um convidado simpático, permitindo sem qualquer solução, a festa aos dragões.