
Andy Robertson abriu o coração sobre a tragédia que abalou o Liverpool e o futebol mundial: a morte de Diogo Jota, em julho, num acidente de viação que vitimou também o irmão do internacional português, André Silva. O capitão da seleção da Escócia admitiu que ele e os colegas de equipa «provavelmente nunca irão ultrapassa» a perda do avançado, descrevendo o momento como o mais duro da carreira.
«Quando acontecem coisas destas, acho que ninguém se importa com o futebol. Foi um choque enorme. Devastador, em primeiro lugar para a família, mas também devastador para nós, enquanto grupo de companheiros», afirmou o lateral, lembrando que a tragédia fez todos repensarem as prioridades: «Coloca a vida em perspetiva, mostra o que é realmente importante – passar tempo com a família, com os filhos, porque nunca sabemos o que está à nossa espera.»
Robertson, que já tinha decidido permanecer em Anfield antes da tragédia, reconheceu ter sentido ainda mais responsabilidade de assumir um papel de liderança no balneário após a morte de Jota. «É a coisa mais dura pela qual passámos. Perder um dos teus melhores amigos foi terrivelmente difícil para mim e é algo que provavelmente nunca vamos ultrapassar, mas é algo que teremos de carregar connosco. Temos de levar connosco as memórias que construímos. Ele estará sempre nos nossos pensamentos e no nosso coração.»
O lateral-esquerdo escocês, agora vice-capitão do Liverpool, sublinhou também o peso emocional que o grupo enfrenta nesta temporada: «Já tivemos momentos muito difíceis, como jogar pela primeira vez diante dos adeptos depois da tragédia, ou ter de ir ao funeral de um colega de equipa, o que é uma loucura até dizer. Sabemos que todos vamos precisar de ajuda ao longo da época. Como líderes, temos de tentar guiar o grupo e apoiar a família do Diogo neste momento tão difícil. Não vai ficar mais fácil, mas talvez com o tempo a dor possa ser atenuada.»