
A dupla de pilotos da Pramac Yamaha, o português Miguel Oliveira e o australiano Jack Miller, viu há dias confirmada a notícia da contratação do turco Toprak Razgatlioglu, campeão mundial de Superbikes, como piloto da equipa do próximo ano. Ou seja, um deles terá de sair.
Miguel tem mais um ano de contrato, mas resultados pouco animadores, Miller termina a sua ligação à equipa no final desta época, mas exibições promissoras.
No caso do português, existe também a informação não confirmada oficialmente de que o seu contrato tem uma cláusula de rescisão antecipada, caso os resultados não correspondessem às expetativas. A cláusula poderá estar relacionada com a sua posição no campeonato em relação a outros pilotos da Yamaha, e neste momento o piloto de Almada tem uma diferença de 29 pontos para o mais próximo dos companheiros de equipa, Alex Rins.
Em março, na Argentina, um acidente no qual foi considerado vitima, tirou o português de pista durante dois meses, o que não ajudou à adaptação à Yamaha M1.
Sem esconder que sabe que o seu lugar está em risco, Miguel Oliveira revelou à imprensa especializada que a sua opção é clara: convencer a Yamaha que merece continuar. «O acordo com o Toprak já é oficial e eu estou ciente da minha situação, mas, ao mesmo tempo, também estou ciente do meu valor como piloto, é claro. E onde é o meu lugar, que é no MotoGP», afirmou Oliveira.
«Agora, mais do que estar a falar mais sobre isto, é hora de entrar em pista, acelerar e ver como vão correr as coisas», explicou, assumindo, contudo, que não esperava estar nesta situação depois de assinar um acordo de dois anos que começou esta temporada.
«É assim. O MotoGP é feito disto — é um mundo de altíssima exigência e alto desempenho. Tive uma lesão que me impediu de jogar. Mas ou me agarro a isso ou sigo em frente e realmente mostro e provo o meu valor. Escolho a segunda opção. Não quero entrar em desculpas nem discutir se é justo ou injusto. Não quero ir por esse caminho. Vou para a pista e faço o meu trabalho», rematou.
Jack Miller, que ainda não tem contrato para a nova época, também não está confortável com a situação, mas diz sentir-se bem: «Muito melhor. É bom ser competitivo, poder conversar com [diferentes] fabricantes e ser desejado mas gosto de estar onde estou. Independentemente do que aconteça, sou extremamente grato à Yamaha e à Pramac por esta oportunidade», disse o australiano que já foi várias vezes apontado às Superbikes.
«Eu podia para as Superbikes até ganhar mais dinheiro, mas não estou aqui por dinheiro. Estou aqui para tentar competir com os melhores do mundo. E isso não tira valor aos pilotos do Mundial de Superbikes. Mas estou a falar dos melhores em geral, das motos mais caras, mais extremas e potentes que se pode pilotar, do melhor em tudo», justificou.
Quanto à questão de ganhar mais dinheiro, pode não ser exatamente assim, dado que o turco, que é o mais bem pago nas Superbikes, ganha pouco mais de dois milhões de euros, enquanto Fabio Quartararo na Yamaha oficial recebe 12 milhões.
«Não sinto que o meu tempo como piloto de MotoGP tenha acabado, sinto que estou a melhorar com a idade», atirou.
Cumpridas as primeiras oito corridas da época, Jack Miller ocupa a 16.º posição na classificação do Mundial de pilotos, com 31 pontos, enquanto Miguel Oliveira é 23.º, com 3.