
Martim Borges Coutinho Mayer foi um rebranding recente, oportuno para o evento que se avizinha. Borges Coutinho é um dos trunfos de Martim Mayer na corrida à presidência do Benfica na qual já é o quarto candidato. Os apelidos nos meandros do epíteto foram a imagem de marca de Duarte, que entre 1969 e 1977 ocupou a posição de que o neto agora se quer encarregar.
Diz Martim no nome da lista que lidera que tem o “Benfica no Sangue” e por isso ter-lhe-ão sido passados por herança indireta seis campeonatos nacionais. O avô “está longe de ser um exemplo ultrapassado”, garantiu à CMTV, pressionado porque a reputação de Duarte Borges Coutinho “também está aqui em causa”.
Não foi só o avô a torná-lo benfiquista. “A minha avó começava a rezar o terço no princípio do jogo e só acabava no fim”, contou em entrevista ao jornal “A Bola”. Antes de ser filho tornou-se sócio do Benfica, garante, e antes de ser marido tornou-se candidato à presidência (só que ninguém sabia, exceto uma pessoa). “Há 15 anos, quando me casei com a minha mulher, avisei-a”, assumiu.
Interessado numa guinada abrupta face à direção atual, com Rui Costa como principal figura, afirma que no Benfica “há claramente um fim de ciclo que tem que ser aproveitado”. Eis a estratégia: romper com o ontem para usar o antigamente, o seu maior trunfo. “O clube aburguesou-se e isso tem que mudar”, expressou.
Tirando o poder dos apelidos que recuperou a propósito do sufrágio, ainda não parece ter a projeção de Noronha Lopes, repetente em corridas eleitorais, e João Diogo Manteigas, experimentado no comentário televisivo. São as desvantagens de uma vida profissional ligada à banca, aos mercados financeiros e, mais tarde, à indústria.
Discursivamente, o ênfase tem sido dado à ligação familiar a um antigo presidente do Benfica e a expressões inócuas que ficam no ouvido em momentos em que se quer aspirar votos, tais como “nação benfiquista” ou “identidade do Benfica”. Ainda não apresentou a equipa que pretende liderar - apenas assegura que os elementos nunca estiveram ligados aos dirigismo -, mas já partilhou algumas ideias.
A joia da coroa vai ser gerida por um diretor-geral do futebol que ficará responsável por coordenar o scouting, a secção profissional e a formação. Quanto ao treinador, diz que “não é assunto neste momento”, embora tenha descartado, no futuro, a contratação de Sérgio Conceição e mantido as portas abertas a Ruben Amorim. Em relação a outro tema do momento, a centralização dos direitos televisivos, limitou-se a divulgar num vídeo nas redes sociais que quer “um bom negócio” para o Benfica.
A modalidades ficarão entregues às “meritocracia”. Ao jornal “A Bola” esmiuçou a ideia: “Cada modalidade tem a obrigação de vencer, por isso, iremos criar mecanismos de meritocracia para que as modalidades que vençam, no ano seguinte, tenham mais recursos e as modalidade que não vençam, no ano seguinte tenham menos.”
O Benfica vai a votos no dia 25 de outubro. Por agora, os candidatos são Martim Borges Coutinho Mayer, João Noronha Lopes, João Diogo Manteigas e Cristóvão Carvalho. Rui Costa ainda não anunciou se vai concorrer.