O Tribunal Arbitral do Desporto (TAD) confirmou, esta sexta-feira, o castigo imposto pela FIFA aos russos do Lokomotiv, de Moscovo, de proibição de efetuar transferências nos próximos três anos.

Em causa deste castigo está a transferência do central ucraniano Mark Mampasi, em 2022, proveniente do Shakhtar Donetsk, para o Lokomotiv, por três milhões de euros.

Na altura da transferência, o defesa estava emprestado aos também ucranianos do Mariupol, onde esteve época e meia, antes de se mudar para a Rússia. O emblema ucraniano pediu, por isso uma compensação financeira, na ordem dos 50 mil euros, pela sua contribuição na formação do jogador - tinha, na altura, 18 anos -, fruto do mecanismo de solidariedade da FIFA para com os clubes formadores.

Contudo, o Lokomotiv recusou fazer esse pagamento e o caso foi para a FIFA, que decidiu a favor do Mariupol e impôs o castigo ao clube russo. Agora, o TAD, após contestação do Lokomotiv, rejeitou o recurso e deu razão à FIFA e ao Mariupol.

«Deixem-me dar-vos algum contexto. Este caso tem-se arrastado desde 2022. O futebol na Rússia não é diferente da política do país, com mentiras constantes, distorção de factos, cinismo do mais alto calibre e ferramentas de manipulação. Por isso, os argumentos dos advogados do Lokomotiv estavam cheios de coisas miseráveis - que 'Mariupol já é uma cidade russa, por isso não está sob a jurisdição da Federação Ucraniana' e que 'a equipa foi totalmente destruída e não existe como entidade futebolística'. E se alguém pensa que os russos alguma vez reconhecerão os seus erros, está redondamente enganado. Este é o resultado de três anos de luta com a Rússia e da forma como esta distorce a verdade. Mariupol é e continuará a ser uma cidade gloriosa da Ucrânia! E acredito que chegará o momento em que o FK Mariupol regressará de novo à cena futebolística do país», afirmou Andriy Sanin, vice-presidente do clube de Mariupol.