O histórico guarda-redes Helmuth Duckadam, figura incontornável do futebol romeno, faleceu, esta segunda-feira, com 65 anos, fruto de problemas cardíacos. A lenda do Steaua Bucareste ficou célebre pela sua exibição na final da Taça dos Campeões Europeus, em 1986, ficando conhecido como Herói de Sevilha.

No Ramón Sánchez Pizjuán, frente ao colosso Barcelona, o mítico guardião fez múltiplas intervenções de grande nível, segurando o nulo no marcador durante 120 minutos (0-0). Na decisão por grandes penalidades, o jogador dos speedsters consagrou-se, defendendo quatro cobranças do emblema catalão e assegurando uma conquista inédita ao seu clube (2-0 g.p.).

No entanto, poucas semanas depois da final, Duckadam deu entrada num hospital com uma trombose no braço direito. A situação era tão crítica que uma amputação foi uma das soluções ponderadas. O guardião acabaria por manter o braço, mas seria o ponto final antecipado no seu percurso na modalidade.

Contudo, foi veiculada uma versão alternativa sobre o abandono do guardião. De acordo com a respetiva história, Rámon Mendonza, presidente do Real Madrid, havia oferecido um Mercedes Benz ao internacional romeno, de forma a garantir os seus serviços. Porém, a polícia do regime obrigou Duckadam a ceder o carro a Nico Ceausescu, filho do ditador Niculae Ceausescu e irmão do presidente do Steaua Bucareste [Valentin Ceausescu].

O guarda-redes recusou a proposta, o que resultou em múltiplas fraturas nas mãos e nos braços do atleta. Uma punição bastante severa aplicada pela polícia do regime. De realçar que Duckadam contou, ainda, no seu currículo com passagens no Constructorul Arad, no UTA Arad e no Vagonul Arad. Em termos de títulos, para além da prova milionária, conquistou duas Ligas e uma Taça na Roménia.