Jorge Silva, da Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Proteção Civil (Asprocivil), considera que há interesses políticos por trás das manifestações dos bombeiros desta terça-feira. O responsável sindical diz que as reivindicações são justas, mas pede ordem aos profissionais.
O vice-presidente da Asprocivil garante entender os motivos que levam os bombeiros à rua, mas assume que "a forma como estão" a protestar "se calhar não é a mais indicada".
Refere que o Governo "está a tentar fazer um esforço" tendo em conta "o orçamento que tem para 2025".
Jorge Silva nota ainda que grande parte das corporações de bombeiros respondem aos municípios, "que têm os seus orçamentos próprios, e não são diretamente dependentes do Estado".
Acrescenta ainda que nos últimos oito anos "com Governos maioritários" não se assistiu a protestos como aos que estão a ser levados a cabo, esta terça-feira, em Lisboa.
Por esse motivo, diz acreditar que "há partidos que estão, provavelmente, por trás destas manifestações".
Pelo menos 300 bombeiros nas ruas
Pelo menos três centenas de bombeiros sapadores e profissionais estão hoje concentrados junto à sede do Governo, em Lisboa, para contestar o que classificam como "falta de respeito" pela classe.
Perante o protesto, que incluiu o lançamento de petardos e fumos, o Governo suspendeu a reunião negocial com representantes dos bombeiros sapadores agendada para esta terça-feira, por considerar não estarem reunidas condições de segurança devido à manifestação em curso no exterior.
"O Governo suspende de imediato reunião negocial com representantes dos sapadores, por não aceitar negociar perante formas não ordeiras de manifestação", afirmou fonte do Governo numa nota enviada à Lusa.
Com Lusa