Dois toques e um remate em queda com a bola a fugir de Diogo Costa. Segundos depois, Umaro Embaló desapareceu no meio das celebrações do Vitória no Dragão.

O extremo estreou-se a marcar pelos vimaranenses e fez o segundo golo na Liga – o outro foi ao serviço do Rio Ave contra o Sporting. Da chegada a Portugal à glória contra o FC Porto passou mais de uma década. O jovem guineense começou a jogar no Oeiras, clube no qual foi treinado por Roberto Rocha, que lhe reconheceu de imediato muita qualidade.

«Chegou a Portugal juntamente com mais dois colegas. Mal vi o Umaro, percebi que era uma bomba. Assim que foi inscrito, fez logo um golo contra o Belenenses nos primeiros minutos. O Umaro rebentava com os adversários e poucos jogos depois, foi para o Benfica. Mesmo contra o Benfica, ele partia tudo. Não era normal», relatou a A BOLA.

Roberto frisou que Embaló foi dos melhores jogadores que viu no escalão de iniciados e revelou que este tinha a alcunha de Di María. «Foi dos melhores jogadores que vi em treino. No primeiro treino fizemos um exercício de quatro contra dois e lembro-me de ele marcar quatro golos nos primeiros quatro remates. Marcava golos de formas distintas», recordou.

«Ele sempre jogou como extremo direito para usar o pé esquerdo. A alcunha dele era Di María por ser esguio e jogar com o pé esquerdo. A grande vantagem que ele tinha na altura era a finta de corpo, a forma como enganava os adversários e procurava tabelar com os companheiros. Aos 13 anos, já tinha uma enorme inteligência de jogo», acrescentou.

Umaro Embaló deixou o Oeiras e mudou-se para o Benfica, clube pelo qual foi campeão nacional em iniciados, juvenis e juniores. Porém, os laços criados no primeiro clube onde jogou em Portugal não se desfizeram.

«Ele era muito humilde e sorria com pouco. Os clubes acabam por ser a vida destes miúdos que chegam de países estrangeiros. E as pessoas que lidam com eles tornam-se um bocadinho família. Ajudei-o no lado social, fazíamos várias coisas juntos e ele chegou a passar o Natal comigo. Conversámos quando ele estava para vir para o Vitória», sublinhou.

Desde que saiu do Benfica em 2022, Umaro Embaló assinou pelo Fortuna Sittard. Fez uma época nos Países Baixos antes de passar por empréstimos a Cartagena, Rio Ave e Vitória. Falta-lhe, no fundo, continuidade para confirmar o potencial que lhe era reconhecido na formação dos encarnados, defende o ex-treinador.

«Acredito que o Luís Freire está a dar a mão ao Umaro. Contratou-o para o Rio Ave e foi buscá-lo novamente para o Vitória. O Umaro precisa de estabilidade num clube onde apostem nele. Ele tem velocidade, drible e golo, mas precisa de ter continuidade. Só assim o seu rendimento vai aumentar», concluiu.

Apesar de tardar em afirmar-se, o Di María guineense mostra apetência para marcar nos jogos grandes. Que o digam FC Porto e Sporting.