Único representante da Oceânia na primeira edição do Mundial de Clubes, o Auckland City, da Nova Zelândia, tornou-se tema de conversa logo na primeira jornada, quando sofreu uma derrota pesada de 10-0 frente ao Bayern, que hoje foi derrotado pelo Benfica. Já eliminada da competição, a equipa amadora conseguiu um enorme feito: um golo e, acima de tudo, um empate frente ao Boca Juniors!

O autor do único golo do Auckland City no Mundial de Clubes foi o defesa Christian Gray. O defesa de 28 anos destacou-se pelo jogo aéreo após um canto, aos sete minutos da segunda parte, e cabeceou para a baliza. O outro golo do jogo também foi de um jogador da equipa neozelandesa, Nathan Kyle Garrow, o guarda-redes da equipa, mas na própria baliza.

O Auckland City despediu-se da competição na última posição do Grupo C, com apenas um ponto conquistado, tendo sofrido 17 golos e marcado apenas um. Mais do que o feito notável, o golo de Gray teve ainda uma importância financeira para o Auckland City. O empate contra o Boca Juniors significou um prémio adicional de um milhão de dólares (860 mil euros no câmbio atual), para juntar a um bolo maior da participação. Mas quem é o responsável por este momento histórico?

Quem é Christian Gray

Momento do golo. @Alex Grimm/Getty Images

Jogador de 28 anos, o defesa Christian Gray não tem sido habitualmente o titular do Auckland City, equipa que defende desde 2022. No Mundial de Clubes, por exemplo, foi suplente durante o confronto contra o Bayern de Munique e entrou em campo apenas no minuto 80 do duelo contra o Benfica. Foi titular apenas neste jogo de despedida.

Tal como a maioria dos jogadores do Auckland City, Gray concilia o futebol com outra profissão. É professor de educação física (em formação) da Escola de Gramática de Auckland. Por ser um clube amador, o Auckland City não paga salários, apenas subsídios essenciais.

No futebol, além do Auckland City, Christian Gray também já defendeu o Waitakere United e o Eastern Suburbs AFC, clubes da Nova Zelândia. Só na sua equipa atual começou a ganhar títulos, com destaque para os quatro títulos da Liga dos Campeões da Oceânia.

Além do golo de cabeça do professor Christian Gray, a assistência foi do barbeiro e avançado colombiano Jerson Lagos, que bateu o pontapé de canto.

História no novo formato

Apesar do golo ser o primeiro do Auckland City no Mundial de Clubes, novo formato desta competição, a equipa neozelandesa já marcou no ao longo das 12 participações na competição. Ao todo, são 18 jogos, com 3 vitórias, 2 empates e 13 derrotas. Foram 10 golos marcados e 32 golos sofridos.

No antigo formato Mundial de Clubes, o Auckland City foi quase sempre eliminado logo na sua primeira ronda. No entanto, em 2014 chegou até à meia-final, onde perdeu frente aos argentinos do San Lorenzo no prolongamento (2-1). Vingou-se no jogo do terceiro e quarto lugar, onde venceu o Cruz Azul nas grandes penalidades.

Já o ano mais goleador do Auckland City no Mundial de Clubes foi em 2009, quando marcou dois golos ao Al Ahli, dos Emirados Árabes Unidos, e outros três contra o Mazembe, do Congo. Dessa vez ficou em quinto lugar.