
A sexta-feira é Santa e de festividade em Portugal, mas o Sporting mostrou-se endiabrado, à boleia do inevitável Gyokeres, e venceu (confortavelmente) o Moreirense por 3-1, com um hat-trick do sueco. O leão isola-se na liderança do campeonato e coloca a pressão no rival Benfica.
Sexta-feira santa em Portugal e o Sporting recebia o Moreirense, numa «final» deste campeonato. Do lado leonino, Rui Borges promovia apenas uma alteração no onze inicial, com Geovany Quenda no lugar que pertencia a Fresneda. Do lado cónego, por sua vez, Cristiano Bacci promovia quatro alterações, chamando ao onze inicial Maracás, Dinis Pinto, Alanzinho e Yan Maranhão.
Entrada de leão
Ainda o jogo não tinha começado e já as bancadas se arrepiavam com a homenagem a Aurélio Pereira, falecido na semana passada, mas rapidamente o sentimento mudou. É que o Sporting entrou a todo o gás, com uma intensidade tremenda, e a explorar bastante o seu corredor esquerdo - onde Cédric Teguia não estava a apoiar devidamente Dinis Pinto - e colecionou oportunidades (quase todas a esbarrar na defesa).
Perante tal entrada, o golo era inevitável e acabou por chegar aos 12', num belo movimento de Hjulmand na direita da área - uma das primeiras investidas por esse lado, o que desnorteou a defesa -, onde Gyokeres aproveitou a confusão para encostar para o 1-0. Contudo, o leão não se ficou por aqui e, galvanizado pelas bancadas, continuou a investir, investir e investir, aproveitando a passividade cónega com bola. Aos 25', numa transição, Gyokeres viu a bola sobrar-lhe na direita da área, rematou e voltou a mostrar a máscara em Alvalade. 2-0.

Numa primeira instância, o Moreirense esboçou uma muy leve reação e tentou acelerar processos a partir do seu miolo, mas a pressa era maior que a clarividência e a missão do campeão estava fácil ao nível da recuperação - Rui Silva foi quase espetador na 1ª parte. Posto isto, os comandados de Rui Borges foram pressionando bem as tímidas saídas a jogar do Moreirense e isso permitiu terem bola na sua posse com facilidade. Mesmo num ritmo ligeiramente a baixo daquele frenético inicial, o Sporting criava a seu belo prazer e suficiente para ampliar - valeu um par de defesas de Kewin Silva e alguma ineficácia.
Ele é mesmo inevitável
Percebendo as enormes dificuldades da equipa na construção, Bacci mudou a dupla do meio-campo - fez entrar Ivo Rodrigues e Rúben Ismael - e o Moreirense pareceu ligeiramente mais confortável (e intenso) com bola, mas rapidamente levou com um autêntico balde de água fria logo a abrir, quando, aos 52', Gyokeres completou o hat-trick, de livre direto mesmo à entrada da área. O jogo parecia cada vez mais resolvido (precocemente) para o leão, mas o Moreirense deu «ares de sua graça» e, logo a seguir, aos 56', reduziu por Teguia, de cabeça.
Assumindo uma linha de cinco defesas quando sem bola - Teguia baixava para ala direito e Dinis Pinto baixava no centro -, o Moreirense conseguiu um pouco de maior estabilidade. O golo cónego, de resto, também deixou o Sporting ligeiramente mais em sentido, atento a outras possíveis transições, uma vez que o Moreirense estava agora mais vertical e assertivo com bola. Para contrariar isso - e dar mais ritmo -, Rui Borges fez entrar Pote e St. Juste.

A estratégia forasteira trouxe alguns frutos e o Moreirense ficou claramente mais confortável com bola. Bacci arriscou e deu à equipa mais velocidade nas alas, com a entrada de Antonisse, e a sua equipa começou a subir linhas. Isto também dava mais espaço à transição leonina, tornando o jogo um pouco mais imprevisível.
No entanto, nesta fase, o Sporting também mostrou a maturidade necessária para gerir o jogo e não deu aso a grandes reações do Moreirense. Rui Borges até aproveitou para fazer alguma gestão e vimos Ricardo Esgaio a ocupar o miolo, ao lado de Hjulmand - deu algumas notas positivas, especialmente no passe. O Sporting acabou a vencer por 3-1 e colocou a pressão, nesta Páscoa, no rival Benfica.