A seca de assistências na presente temporada terminou para João Moutinho. No passado sábado, na Amoreira, o camisola 8 fez dois passes mortíferos e Ismael Gharbi agradeceu a gentileza para selar o triunfo (2-0) do SC Braga no reduto do Estoril.

No entanto, e pese embora só à 30.ª jornada tenha logrado fazer as primeiras ofertas – esta época já tinha apontado dois golos, diante do 1º Dezembro (2-1), na 3.ª eliminatória da Taça de Portugal, e frente ao Moreirense (2-1), 20.ª jornada da Liga -, Moutinho continua a ser imprescindível na dinâmica dos guerreiros do Minho, uma vez que a preponderância das suas ações projeta a equipa para um patamar superior.

Sendo um criativo de origem, junta agora a experiência à qualidade, pelo que tem todas as condições para jogar em posições mais recuadas, razão pela qual não chega com tanta frequência ao último terço ofensivo. Na época 2012/2013, então ao serviço do FC Porto – último clube português que representou antes de rumar a Braga, no ano passado (pelo meio esteve cinco temporadas nos franceses do Mónaco e outras tantas nos ingleses do Wolverhampton) -, João Moutinho havia registado o seu máximo de carreira no que a assistências diz respeito (13) e A BOLA esteve à conversa com Rui Quinta, que era adjunto de Vítor Pereira na formação azul e branca.

O técnico não esconde o seu apreço pelo antigo jogador e tece-lhe os mais rasgados elogios. «Posso dizer que tive o privilégio de privar com ele duas épocas. Foi dos melhores jogadores com quem já trabalhei. Vê-lo jogar e treinar ajudou-me muito na minha ideia e na forma de olhar o jogo. Aprendi bastante com ele, o João Moutinho é uma enciclopédia do futebol. Que se desfrute do futebol dele», começa por dizer.

Aos 38 anos – fará 39 no dia 8 de setembro -, o centrocampista continua a dar cartas e a idade parece ser apenas… um número: «É um profissional de excelência, mesmo fora do campo, e isso reflete-se, evidentemente, na sua condição física invejável. À medida que a idade avança, a sabedoria aumenta. E o Moutinho faz com que todos à sua volta joguem melhor. Porque pensa mais à frente e executa como ninguém. Faz tudo bem feito.»

Rui Quinta expressa o desejo de «continuar a ver» Moutinho a jogar «pelo menos mais uma temporada» e deixa um conselho aos mais jovens: «Que o acompanhem e que sigam as suas indicações. Porque ele tem um conhecimento superlativo do jogo, é um autêntico treinador dentro do campo.»

Sugestão de vídeo: