
Charly Musonda é apenas mais um caso entre muitos. Em jovem foi apontado como o sucessor de Eden Hazard e ao chegar ao Chelsea, em 2012, com apenas 16 anos, todos lhe apontavam um futuro muito promissor. Só que, tal como tantos outros, a passagem para os seniores não foi bem sucedida e, para mais, as lesões atormentaram-lhe o caminho. De tal forma que, apenas aos 28 anos, e sem jogar desde 2023, decide pendurar as chuteiras.
O anúncio foi feito numa longa e emotiva entrevista ao 'Rising Ballers', no qual passou em revista toda a sua carreira, em especial o dia em que saiu do Chelsea. "Não é um anúncio fácil de fazer, mas é algo em que tenho pensado há muito tempo. Depois de refletir as minhas experiências e aquilo que sou, percebi que quero viver com um propósito de inspirar e motivar os outros", frisou o agora antigo jogador, que depois detalhe o tal momento da saída do Chelsea... que o "matou".
"Matou-me mentalmente. Foi a pior coisa. Eu estava nas reservas e nessa altura o plano era recuperar ritmo, treinar e jogar alguns jogos no final da temporada. Porque eu estava a melhor constantemente. Chegou dezembro e janeiro, continuava nas reservas. Estava a sentir-me mesmo bem, feliz por voltar. Há muito que não estava a 100%, só treinar já era fantástico. A equipa principal estava muito bem, mas era a altura da Covid, estávamos em prédios separados e não nos víamos.".
Até que, a determinado momento, encontrou o técnico de então da equipa principal. "Cruzámo-nos no parque de estacionamento. Ele estavam a preparar-se para uma meia final da Champions e ele perguntou-me 'Como estás a sentir-te? Como vão as coisas?'. Foi a primeira vez que me encontrei com ele. E ele acrescentou 'Quero ver-te de volta, estou ansioso por isso'. E eu disse 'Não te preocupes, vou estar de volta na pré-temporada'. Porque na minha mente era voltar na pré-época na equipa principal e depois via-se o futuro. Mas quando volto para a pré-época as coisas ficam complicadas. Aí foi o final da minha passagem pelo Chelsea".
Um final que, recorda, foi precipitado também por se ter visto no meio de um ambiente de "animosidade" entre Tuchel e quem lidava com o futebol do clube. O alemão estava aberto à sua continuidade, os dirigentes queriam que renovasse com corte salarial e saísse por empréstimo.
Acabou por sair, mas em definitivo para o Levante. Depois para o Anorthosis, que viria a ser o seu último clube, em 2023/24.