Antonio Conte reconheceu estar «esgotado» após o nulo com o Parma, que adiou as decisões do título para a derradeira jornada da Serie A italiana. Os Partenopei viveram uma autêntica montanha-russa emocional no Estádio Tardini, em grande parte devido às notícias vindas de San Siro, onde Inter e Lazio empataram dramaticamente a dois golos. O Napoli, por sua vez, também teve azar: acertou duas vezes na trave, por intermédio de Matteo Politano e Scott McTominay, e viu uma grande penalidade ser anulada pelo VAR, já nos descontos, por falta sobre o ex-benfiquista David Neres, devido a infração anterior de Giovanni Simeone.

«Estamos perto do scudetto, mas ainda falta dar o último passo. Esse passo será dado no nosso estádio, com o apoio dos nossos adeptos. Tem sido uma época muito difícil, conseguimos o que queríamos, que era lutar pela liderança até ao fim. Estivemos muito tempo no topo, apesar de uma temporada repleta de dificuldades, mas nunca nos queixámos. Seguimos em frente e estamos prestes a alcançar algo impensável e histórico para o Nápoles. Vencer em Nápoles é certamente diferente de vencer noutros clubes, habituados a conquistar títulos e troféus», afirmou o treinador.

O técnico elogiou a entrega dos seus jogadores, apesar dos problemas com lesões na equipa.: «O problema é que tudo parece normal para nós. Tivemos as ausências de Lobotka, Buongiorno, Juan Jesus, estamos constantemente a perder jogadores devido a lesões, mas mesmo assim estamos no topo e a lutar pelo título. Hoje, não tinha muitos jogadores disponíveis no banco, por isso estes rapazes merecem elogios por terem dado tudo de si. Espero que possamos festejar este scudetto, porque seria maravilhoso. Esta é certamente a temporada mais difícil da minha carreira. Tivemos de abdicar de jogadores na segunda metade da época, mudar o sistema e outras situações táticas. A minha pausa de um ano permitiu-me experimentar e estudar diferentes cenários. Tive também a oportunidade de trabalhar sete dias por semana, o que não conseguiria fazer se jogássemos de três em três dias. Por outro lado, o nosso plantel já era reduzido e chegamos ao fim completamente esgotados. Temos de continuar, porque estamos perto e sentimos o sabor da vitória», acrescentou.

O Nápoles tem o destino nas mãos, já que uma vitória sobre o Cagliari, já salvo da despromoção, garantirá o título de campeão, independentemente do resultado do Inter contra o Como.

O que significaria isso para Antonio Conte? «Seria uma recompensa por tudo o que investi este ano. Dei tudo de mim, ultrapassei os meus limites. Sei também que estou esgotado, mal consigo chegar ao fim desta temporada. Nápoles é maravilhosa pela paixão e entusiasmo, mas isso também traz consigo exigências e expectativas que muitas vezes são superiores às possibilidades reais. Sinto uma grande responsabilidade, senti-a desde o início e, à medida que a temporada foi avançando, começámos a perceber que podíamos ficar no topo até ao fim», partilhou.

Conte e Simone Inzaghi, rival do Inter, foram expulsos, pelo que ambos cumprirão castigo na última jornada. «Irritou-me, porque trabalhas o ano inteiro para chegar a um jogo decisivo. Confio na minha equipa técnica e nestes jogadores, acima de tudo confio no público do Estádio Maradona. Hoje, fiquei irritado com a demora do jogo por parte do Parma, visto que estou habituado ao futebol inglês, onde não há tantas paragens para cãibras, lesões, simulações de lesões, por isso isso irritou-me e foi por isso que fui expulso», concluiu.