Sven Goran Eriksson revelou, no início do presente ano, que se encontra diagnosticado com um cancro em fase terminal. No jornal Telegraph, o antigo treinador escreveu uma carta direcionada ao mundo do futebol e agradeceu as homenagens em vida.

«Desde que soube que tinha cancro terminal viajei por Suécia, Inglaterra, Itália e Portugal. A bondade das pessoas levou-me muitas vezes às lágrimas. Normalmente, toda a gente fala muito bem das pessoas que já morreram. Eu tenho a sorte de falarem de mim enquanto estou vivo. O calor e o amor que senti deram-me energia e felicidade, sem dúvida ajudaram-me a manter-me positivo em relação ao meu estado de saúde. Tenho uma doença e toda a gente sabe disso, mas agora estou bem. Mas ainda estou de pé. Se perguntar aos médicos quanto tempo tenho de vida, eles não poderão responder. Se isso me preocupa? Acho que é melhor não saber.»

Para além dos agradecimentos, Eriksson recordou a surpresa de um antigo astro inglês e, ainda, abordou a presença da seleção de Terras de Sua Majestade no Campeonato Europeu.

«No fim de semana passado recebi a visita do meu antigo capitão de Inglaterra, David Beckham. O David ligou-me e disse que viria. Isso demonstra quem é o Beckham. Não tinha necessidade de vir cá, mas quis fazê-lo. Chegou com seis garrafas de vinho, uma delas de 1948, ano em que nasci. É esse o David Beckham que conheci, uma pessoa extremamente boa», começou por recordar.

«A pressão como selecionador é imensa. Inglaterra é um dos países com mais futebol no mundo, mas também é como um sonho. Quando sais do país para ir para um torneio importante, tens a sensação de que estás numa missão. Quase sentes que tens 60 milhões de euros a empurrar-te. Sentes-te como os Beatles. É uma festa durante um mês. É uma grande experiência de vida. A crítica faz parte do trabalho. Se ganhar o Euro 2024 ficará por muito tempo. Não têm criado muitas ocasiões, mas também não têm concedido muitas.»