
Até onde levaria o seu clube do coração? Para Ângelo Silva, a resposta é fácil: até aos confins do Mundo.
De novembro de 2024 a abril de 2025, este adepto do Benfica, juntamente com a sua família, embarcou numa viagem onde percorreu mais de 30 países e consigo levou a camisola encarnada. Em conversa com A BOLA, quando estava em Barcelona, a última paragem desta aventura, explicou o que o levou a realizar este sonho.
«[Dar a volta ao Mundo] era algo que eu e a minha esposa já queríamos fazer há algum tempo. Surgiu agora essa possibilidade, trabalhámos para isso, fizemos um bom pé de meia, chegámos junto das nossas identidades patronais, pedimos uma licença de seis meses e aqui estamos», começou por dizer, explicando, de seguida, a ligação ao Benfica.
«Acompanho o Benfica desde pequeno. O meu pai é benfiquista. Recebi a minha primeira camisola do Benfica quando fiz seis anos. Tenho uma coleção muito vasta de camisolas do Benfica. Não digo que são todas, mas se calhar 90% das camisolas desde que o Benfica é patrocinado pela Adidas, tanto a principais como alternativas», acrescentou, assumindo ser um apoiante realista e não ferveroso: «Não sou aquele adepto ferrenho. Não sou sócio. Não sou aquele adepto que defende o Benfica com todas as garras. Consigo ver quando o Benfica é beneficado ou quando um clube adversário é prejudicado. Consigo olhar o futebol com olhos de ver. Não tenho clubite.»
«Foi engraçado ver, noutras partes do mundo, as pessoas a reconhecerem a camisola»
Durante a viagem, Ângelo decidiu lançar-se num desafio original: correr em todos os países por onde passasse, sempre envergando a camisola do Benfica. «Surgiu um pouco aproveitando esta viagem e aproveitando o Mundial do Clubes à porta. Estava a preparar a minha viagem e porque não aproveitar levar uma camisola do Benfica e correr em todos os países que visitasse? Consegui em quase todos, só não consegui na China, porque estavam temperaturas negativas, de -13 graus. Juntei o útil ao agradável. Foi engraçado ver noutras partes do mundo as pessoas a reconhecerem a camisola.»
«Até na Austrália conheceram a camisola. Fui abordado na Austrália por um sujeito que conhecia o Benfica. Depois eu parei a corrida, fui falar com ele, disse que acompanhava o Benfica e que era o seu clube em Portugal. Ali na zona da Copacabana, no Brasil também bastantes pessoas conheciam o Benfica. Foi giro», lembrou.
«Os adeptos do Boca não estão muito confiantes»
Esta jornada levou-o também a duas cidades que acolhem rivais do Benfica no Mundial de Clubes: Auckland e Buenos Aires. Se na Nova Zelândia a camisola encarnada passou praticamente despercebida, na capital argentina foi bem diferente e Ângelo foi abordado por adeptos dos dois gigantes locais, River Plate e Boca Juniors.
«Em Auckland, as pessoas não reconheceram. Pelo menos, não tive nenhuma interãção. Mas em Buenos Aires, sim. Muitos adeptos do River simpatizam com o Benfica, até porque há uma ligação bastante forte com alguns jogadores do River, que foram para o Benfica, como o Enzo Fernández, o Aimar, o Saviola... E há ali uma certa ligação entre o River e o Benfica», disse.
«Os adeptos do Boca metiam assim alguma conversa e diziam: 'Em junho, temos que acertar contas'. Mas eles são realistas e acham que não têm grandes hipóteses contra o Benfica. Não digo que estão com medo, mas dizem que estão a começar o campeonato, ainda é no início... Eles acham que o primeiro lugar vai para o Bayern e que o segundo lugar há de ser uma disputa entre o Benfica e o Boca Juniors, mas dão favoritismo ao Benfica. Não estão muito confiantes», revelou o adepto.
Assim, entre pit stops, quilómetros percorridos e muitos momentos de benfiquismo global, Ângelo comprovou que, para ele e para a família, o sonho de unir viagem e paixão encarnada valeu cada passo dado.