O breaking é a grande novidade dos Jogos Olímpicos de Paris, mas para muitos é ainda uma modalidade desconhecida. Saltos, piruetas e rodopios caracterizam este estilo de dança que é muito mais do que isso.
Breaking, também conhecido como brakedance – embora o termo seja considerado obsoleto –, surgiu na década de 70, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, no seio das comunidades afro-americanas e latinas.
Este estilo de dança, um dos quatro pilares do hip-hop, juntamente com o Djing (DJ), graffiti e MCing (rap), é caracterizado por movimentos acrobáticos e complexos executados ao ritmo de batidas funk ou hip-hop.
Conheça mais sobre a história desta modalidade
Paris acolhe a estreia do breaking nos Jogos Olímpicos e o tiro de partida será dado já esta sexta-feira.
As b-girls - nome dado às praticantes - são as primeiras a exibir os seus passos de dança na capital francesa, já esta sexta-feira, enquanto os b-boys - nome dado aos praticantes - têm de esperar por sábado.
Mas como é que se processam as competições desta nova modalidade olímpica?
Os b-boys ou b-girls, ou também conhecidos como breakers, executam, à vez, os seus melhores movimentos numa "batalha" de dança de um minuto.
Quando os atletas partem para o centro da arena não fazem ideia da batida que irá acompanhar a sua performance pelo que o improviso é a palavra que melhor define esta prova.
No Parque Urbano de Paris, construído para acolher também as provas de basquetebol 3X3, skate e BMX, 16 homens e 16 mulheres serão divididos em quatro grupos de quatro elementos.
Nesta primeira ronda competem todos contra todos em "batalhas" artísticas.
Os dois melhores breakers de cada agrupamento avançam para a fase a eliminar. A partir daí, cada breaker defronta um oponente por eliminatória até à tão desejada final.
Contabilização de pontos
Para determinar o vencer de cada "combate" os júris responsáveis têm em consideração cinco critérios - cada um vale 20% da pontuação final.
- Técnica - controlo do corpo e do espaço e a dinâmica de movimentos, bem como a correta execução dos mesmos;
- Vocabulário - quantidade e variedade de passos apresentados;
- Execução - quão "limpo" um movimento é. Ou seja, cada movimento deve ser percetível e não deve interferir com outro;
- Musicalidade - sincronização dos movimentos com a música;
- Originalidade – criatividade e espetacularidade apresentada durante a prova.
Movimentos
Existe um número incontável de movimentos no universo do breaking e os praticantes da modalidade não param de inovar, pelo que fica difícil saber o nome de todos. No entanto, dividem-se por três categorias:
Top rock são todos os passos executados enquanto o breaker está de pé. Consistem, basicamente, em movimentos de mãos e em trabalho ágil de pés.
Down rock são os movimentos que mais facilmente se associam ao breaking. Executados no chão, impressionam pela dificuldade por permitirem ao breaker rodopiar freneticamente ou aguentar todo o peso numa só parte do corpo.
Dá-se o nome de freeze ao momento em que os b-boys ou b-girls param uma acrobacia abruptamente com um único movimento inusitado, o que significa, por norma, o fim de uma sequência.
Mas nem só dos breakers vive a modalidade.
O DJ é o responsável pela música que acompanha os movimentos ousados dos dançarinos, enquanto o MC – master of ceremonies (mestre de cerimónias, em português) - anima o público e garante que o ambiente se mantém eletrizante durante todo o evento.
Breaker portuguesa garantiu presença em Paris
Portugal será representado pela b-girl Vanessa Marina, de 32 anos, que garantiu o apuramento apenas na última etapa de qualificação, em Budapeste, em junho, onde foi 11.ª classificada.
O breaking tem estreia marcada para esta sexta-feira a partir das 15:00 (hora em Portugal continental).