Já lá vão quase cinco anos desde que Abel Ferreira aterrou no Brasil para aterrar no Palmeiras. O treinador português, atualmente com 46 anos, esteve uma época e meia no banco de suplentes do PAOK, antes de passar para o futebol sul-americano.

Desde então, já conquistou diversos títulos, arrecadando um lugar entre os melhores técnicos do continente. Numa entrevista à TV Globo, o lusitano falou do passado, do presente e de uma possível renovação com o Palmeiras, sem nunca esquecer a família, a parte mais importante da sua vida.

Abel Ferreira em discurso direto

Ida para a Grécia: «Eu achava que, se ganhasse um título, ia ser feliz durante toda a vida. Pus de lado o acompanhar das minhas filhas e da minha família. Deixei-os em Portugal e fui para a Grécia. Estava completamente obcecado pela parte do treino, por ser treinador. Há um preço que se paga para chegar lá. Só que, na altura, eu não sabia qual era.»

Transferência para o Palmeiras: «Saio da Grécia e venho para o Brasil, mesmo contra a opinião deles [família], à procura desse título. Acabámos por conquistar a Taça do Brasil e a Libertadores. E vocês lembram-se bem do que disse: sou melhor treinador, mas sou pior pai, pior marido e pior filho. Nos momentos em que tu estás sozinho é que começas a perguntar qual é o teu sentido da vida.»

Família: «Família para mim é tudo. E eu, em determinado momento da minha vida, enquanto treinador, fui muito egoísta. Porque eu só pensei em mim e não pensava neles. Eu queria ser treinador, eu queria ganhar títulos, porque eu nunca tinha ganho um título grande como jogador.»

Possível renovação: «Eu não vou trocar o Palmeiras sem a minha família estar comigo. Custou-me muito não ter a família comigo. Já pensei em mim e agora chegou o tempo de pensar em 'nós'. O maior título que conquistei foi tê-los aqui durante três anos: a assistir às derrotas e vitórias.»

Mundial de Clubes: «Já estive do outro lado e vou dizer honestamente. Eu, como europeu, não gostava de ver jogos no Brasil. O futebol brasileiro é como ver uma corrida de Fórmula 1 na chuva. Existem carros que podem chegar aos 350 km/h, mas não podem passar de 200 km/h.»