Num discurso perante líderes europeus reunidos em Budapeste, Zelensky sustentou que fazer "concessões a Putin" será "inaceitável para a Ucrânia e inaceitável para toda a Europa".

O Presidente ucraniano apelou para que os Estados Unidos e a Europa sejam fortes e valorizem as suas relações, ainda que a eleição do republicano Donald Trump para a Presidência norte-americana lance incerteza sobre os laços de Washington com os seus aliados e o apoio à Ucrânia.

"Falei com o Presidente Trump (...), foi uma conversa produtiva mas, claro, não podemos dizer que ações específicas ele irá tomar", observou o chefe de Estado ucraniano a respeito do regresso à Casa Branca do político republicano, que venceu as presidenciais realizadas na terça-feira no seu país contra a democrata e atual vice-presidente, Kamala Harris.

Zelensky lembrou também que a Coreia do Norte está agora a "travar uma guerra na Europa", ao enviar cerca de dez mil militares para apoiar a Rússia na invasão da Ucrânia, e reforçou que "soldados norte-coreanos estão a tentar matar" o seu povo em solo europeu.

Mais de dois anos e meio depois de ter iniciado a invasão da Ucrânia, a Rússia está em vantagem militar na frente leste, registando progressos contra forças ucranianas em menor número e menos bem equipadas.

Volodymyr Zelensky deslocou-se hoje à Hungria para um encontro com os líderes europeus, incluindo o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, que se encontram em Budapeste no âmbito da presidência rotativa do Conselho da União Europeia (UE), num contexto adverso e no rescaldo da vitória de Trump, que disse que conseguiria terminar a guerra na Ucrânia em 24 horas sem nunca explicar como o faria, além de questionar a ajuda financeira e militar a Kiev.

Nesse sentido, o Presidente ucraniano insistiu que as ligações entre os Estados Unidos e a Europa não devem ser perdidos, mas "reforçados" após a vitória de Donald Trump e num dia de intensos ataques russos na Ucrânia.

Os ataques ocorreram horas depois de o secretário do Conselho de Segurança russo e ex-ministro da Defesa, Sergei Shoigu, ter pressionado os aliados ocidentais de Kiev para iniciarem negociações.

"A situação no teatro das hostilidades não é a favor do regime de Kiev, o Ocidente tem uma escolha: continuar o seu financiamento [da Ucrânia] e a destruição da população ucraniana ou admitir as realidades existentes e começar a negociar", declarou.

Com o regresso de Donald Trump à Casa Branca, a bola está no campo norte-americano, comentou, por seu lado, o chefe da diplomacia de Moscovo, Sergei Lavrov, acrescentando que irá aguardar por "alguma proposta" do novo executivo de Washington, que só tomará posse em 20 de janeiro.

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