"Em aditamento à informação prestada ontem [quarta-feira], e que diz respeito ao caso de Almada, confirma-se a instauração de inquérito, tendo o Ministério Público ordenado a realização de autópsia médico-legal", respondeu a Procuradoria-Geral da República (PGR) a uma questão da agência Lusa.

Na quarta-feira, a PGR, também em resposta à Lusa, explicou que, na passada segunda-feira, uma mulher "que se encontrava nas instalações do Ministério Público de Almada sofreu um mal-estar súbito" e que "após terem sido tentados os habituais contactos de emergência, sem resultado positivo, a referida senhora foi transportada pela PSP para o Hospital Garcia de Orta", onde acabou por morrer.

"Entretanto, tendo chegado ao conhecimento do Ministério Público que o corpo havia sido entregue à família, o MP ordenou que o corpo regressasse às instalações do hospital, com vista à realização de autópsia médico-legal", adiantou a PGR na mesma resposta.

As falhas ou os atrasos na resposta do serviço 112 e no encaminhamento para Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), devido à greve dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar têm levantado forte polémica e já terão levado à morte de pelo menos seis pessoas.

Os técnicos de emergência pré-hospitalar estão em greve às horas extraordinárias para pedir a revisão da carreira e melhores condições salariais, desde 30 de outubro, paralisação que foi hoje suspensa depois do sindicato ter assinado um protocolo negocial com o Ministério da Saúde.

A situação tem estado a criar vários problemas no sistema pré-hospitalar e na linha de emergência 112.

Na segunda-feira, a greve dos técnicos de emergência pré-hospitalar obrigou à paragem de 44 meios de socorro no país durante o turno da tarde, agravando-se os atrasos no atendimento da linha 112.

Pelo menos seis pessoas terão morrido na última semana em consequência dos atrasos no atendimento na linha 112, tendo o INEM já confirmado o impacto da greve.

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