
A revista Visão vai chegar às bancas, esta quinta-feira, com menos páginas e com uma organização diferente da habitual devido à greve dos trabalhadores da Trust in News (TiN), com salários em atraso.
"[...] À direção da Visão apenas restavam duas alternativas. Uma era a de se demitir e, dessa forma, impedir na prática a saída desta edição. A outra era a de se manter em funções e adaptar o planeamento da revista à nova realidade, fazendo uma edição com menos páginas e uma organização diferente da habitual", lê-se no editorial da revista, a que a Lusa teve acesso.
De acordo com o texto, assinado por Rui Tavares Guedes (diretor), Filipe Luís e Alexandra Correia (subdiretores), a escolha recaiu sob a segunda opção para tentar salvar a revista do seu "encerramento imediato" devido à falta de receitas da venda em banca.
Esta edição da revista foi exclusivamente feita pelos profissionais que "em total liberdade decidiram aparecer".
A direção sublinhou que a Visão é independente do poder político, económico e de quaisquer grupos de pressão, garantindo que o seu compromisso é para com os leitores e assinantes.
"É por eles que queremos continuar a trabalhar e a perseguir a nossa missão de um jornalismo de qualidade, isento e rigoroso. Sabemos que isso só é possível com uma redação empenhada, competente e experiente como a da Visão -- que precisa de ser paga, justamente, a tempo e horas", assinalou.
Os trabalhadores da TiN iniciaram no dia 20 de junho uma greve por tempo indeterminado devido aos salários e subsídios em atraso.
A revista Caras, outro dos títulos do grupo, vai sair para as bancas na quinta-feira, um dia depois do previsto, devido ao atraso no fecho da edição causado pela greve, avançou hoje fonte da empresa.
Fundada em 2017, a TiN é detentora de 16 órgãos de comunicação social, em papel e plataformas digitais.