
Xi e o líder máximo do Vietname, To Lam, secretário-geral do Partido Comunista do país do Sudeste Asiático, testemunharam a assinatura dos 45 acordos, segundo a imprensa oficial de ambos os países, que não entraram em detalhes sobre os acordos.
A visita de Xi ao país vizinho está carregada de simbolismo e ocorre numa altura em que ambas as partes ponderam opções face à guerra comercial lançada pelo Presidente dos EUA, Donald Trump.
Pequim enfrenta tarifas de 145%, às quais respondeu com tarifas de 125%, enquanto o Vietname está a negociar reduções nas taxas de 46% anunciadas e depois temporariamente suspensas por Washington.
Durante o seu encontro com os dirigentes vietnamitas, Xi afirmou que a China, o maior parceiro comercial do Vietname, está "pronto" a receber mais produtos vietnamitas e a encorajar mais empresas chinesas a investir no Vietname, segundo a agência noticiosa local.
O Presidente chinês sublinhou a necessidade de reforçar a cooperação nas cadeias de abastecimento e expandir a colaboração em tecnologias como 5G, IA, semicondutores e energia limpa.
Lam propôs fazer da transformação digital um dos pilares das relações entre os dois países e instou-os a reforçar a colaboração em setores tecnológicos críticos e a atrair investimentos chineses de alta qualidade para o Vietname, de acordo com a agência noticiosa vietnamita.
O encontro acontece numa altura em que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaça impor tarifas sobre os semicondutores, com o Vietname estabelecido como um centro regional para a indústria.
A perda de atratividade da China para alguns investidores devido às tensões comerciais com os EUA durante o primeiro mandato de Trump (2017-2021) fez do Vietname, com uma economia robusta, a alternativa preferida como centro de produção para grandes empresas tecnológicas como a Apple ou a Google.
O 'offshoring' chinês ajudou a impulsionar o excedente comercial do Vietname com os EUA, que no ano passado atingiu um recorde de 123,5 mil milhões de dólares por ano (109 mil milhões de euros), ficando atrás apenas da China, da União Europeia e do México.
Trump disse na segunda-feira que a reunião entre Xi Jinping e To Lam visava estudar formas de prejudicar o seu país no contexto da atual guerra comercial desencadeada por Washington.
"Não culpo a China nem o Vietname. Olho para a reunião de hoje e é maravilhosa. É uma reunião encantadora, quer dizer, é como se estivéssemos a tentar descobrir 'como é que prejudicamos os Estados Unidos'", disse à imprensa, na Sala Oval da Casa Branca.
Xi desloca-se hoje à Malásia para continuar a sua digressão pelo Sudeste Asiático, que termina no final desta semana no Camboja, e durante a qual procura apresentar Pequim como um parceiro fiável face às tarifas de Washington.
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